PUERICULTURA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DE UM MUNICÍPIO DO NORTE GAÚCHO: ESTUDO DESCRITIVO

  • Karima Muhammad Yusuf Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Jossimara Polettini Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Lissandra Glusczak Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Gustavo Olszanski Acrani Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Ivana Loraine Lidemann Universidade Federal da Fronteira Sul
Palavras-chave: Pediatria, Atenção Básica, Recém-nascido, Epidemiologia

Resumo

Introdução: A infância é uma fase da vida crucial para o desenvolvimento humano, quando é preciso contar com o acompanhamento de profissionais da saúde afim de garantir a integridade da criança. Sendo assim, a puericultura consiste em um acompanhamento periódico, em que a criança entre o nascimento e os 24 meses precisa de pelo menos 9 consultas médicas. Objetivos: Caracterizar a amostra e determinar a prevalência do acompanhamento das crianças em consultas de puericultura. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal e descritivo, realizado com a população de até 12 anos de idade acompanhada na Atenção Primária em Saúde (APS) do município de Marau/RS. A amostra, selecionada sistematicamente, compreendeu crianças com agendamento para consulta médica e/ou de enfermagem durante o ano de 2019, sendo excluídas as que evoluíram a óbito. O projeto de pesquisa do qual este estudo faz parte foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da instituição proponente (parecer de número 4.769.903). A coleta dos dados foi realizada por meio de acesso aos prontuários eletrônicos disponíveis no sistema de prontuários integrados das Estratégias de Saúde da Família do município, o G-MUS - Gestão Municipal de Saúde. Foram obtidos dados sobre sexo, cor da pele, idade e, quanto à puericultura, foi avaliada a frequência às consultas previstas nos 2 primeiros anos de vida: consulta da primeira semana, de 1mês, de 2, 4, 6, 9, 12, 18 e de 24 meses, sendo considerado regular quando do cumprimento de todas elas. As análises estatísticas foram realizadas no software PSPP (distribuição livre) e compreenderam frequências absolutas e relativas das variáveis. Resultados: A amostra foi constituída por 1.291 indivíduos, sendo 50,5% do sexo masculino, 76% de cor branca e 38,4% na primeira infância (idade de 0 a 2 anos). Em relação às consultas de puericultura, verificou-se que a frequência foi de 75,5% (n=192/253) na da primeira semana, 85,8% (n=247/288) na de 1 mês, 82,5% (n=236/286) na de 2 meses, 81,4% (n=232/285) na de 4 meses, 77% (n=214/278) na de 6 meses, 69,1% (n=188/272) na de 9 meses, 65,4% (n=178/272) na de 12 meses, 47,4% (n=118/259) na de 18 meses e 55,9% (n=104/236) na de 24 meses. O estudo mostrou que apenas 55,9% (IC95 48-59) das crianças tiveram o acompanhamento regular. Conclusões: A prevalência da realização das consultas que visa acompanhar o desenvolvimento infantil na APS de Marau é inferior ao esperado; percebe-se que quanto mais velha a criança fica, menor é a adesão às consultas de puericultura. Os resultados apontam para a necessidade de ações de conscientização sobre os benefícios das consultas de puericulturas para que aumente a adesão às essas consultas.

Publicado
31-10-2023