SAÚDE INDÍGENA: ATENDIMENTO MÉDICO ESPECIALIZADO EM MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE

  • Jackson Pagno Lunelli Universidade Federal da Fronteira Sul https://orcid.org/0000-0003-3654-0765
  • Rayanne Allig De Albuquerque Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Giovana Bonessoni Felizari Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Joel Silva Da Rosa Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Daniela Teixeira Borges Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Leandro Tuzzin Universidade Federal da Fronteira Sul
Palavras-chave: Saúde Indígena ; Cuidados Ambulatoriais; Cuidados de Saúde;

Resumo

Historicamente o povo indígena enfrenta desafios no âmbito político, social e econômico. A política de saúde indígena sofreu diversas transformações nos últimos anos, no entanto, grande parte dos povos indígenas ainda se encontra em condições de alta vulnerabilidade. Segundo o último censo realizado pelo IBGE em 2010 cerca de 33.000 indígenas vivem no Rio Grande do Sul sendo a maioria deles concentrados no norte do estado. Com o objetivo de ampliar o acesso dos indígenas a saúde com recursos humanos preparados para atuar em contextos interculturais e, em conformidade com as demandas desses povos, o Ambulatório do Índio foi criado pela Universidade Federal da Fronteira Sul campus Passo Fundo em parceria com o Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo. Vinculado ao ambulatório o Programa Atenção Integral à Saúde Indígena, grupo composto por estudantes de Medicina e professores da Universidade tem como objetivo apoiar de forma complementar o atendimento médico desses pacientes, colaborando na melhoria da saúde dessa população através das atividades de ensino, pesquisa e extensão. O programa de Atenção Integral à Saúde Indígena vinculado ao Ambulatório consolida e colabora com as políticas de assistência a essa população, isso perpassa a lógica de atendimento convencional, isto é, atendimento a nível de consultório. Atividades de extensão, como a realização de visitas nos assentamentos, aldeias e acampamentos, bem como capacitações e aconselhamentos junto com os profissionais são também prioridades e integram a rede de assistência a saúde dos indígenas, o que fortalece a atenção para com essa população. Desde agosto de 2021 foram realizadas mais de 460 consultas, incluindo consultas de pré-natal, de crianças, adultos e idosos. O serviço ambulatorial apresenta crescente demanda desde sua inauguração, bem como progrediu com a inclusão da 15ª Coordenadoria Regional de Saúde em julho de 2022. Os pacientes são referenciados pelo seu município via SISREG e, desse modo, encaminhados internamente a partir da consulta ambulatorial para atendimento especializado, mas seguindo seu acompanhamento em vista do cuidado longitudinal. A demanda maior até o momento é por serviço de oftalmologia, cirurgia geral, neurologia/neurocirurgia, ginecologia e dermatologia. Neste contexto, a mescla de ensino pesquisa e extensão aplicados pelo ambulatório busca um atendimento integral a população indígena identificando suas necessidades, manejando as demandas e atuando in loco no intuito de mitigar uma histórica postura negligente com os povos originários

Publicado
21-11-2022