SAÚDE INDÍGENA: ATENDIMENTO MÉDICO ESPECIALIZADO EM MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE
Resumo
Historicamente o povo indígena enfrenta desafios no âmbito político, social e econômico. A política de saúde indígena sofreu diversas transformações nos últimos anos, no entanto, grande parte dos povos indígenas ainda se encontra em condições de alta vulnerabilidade. Segundo o último censo realizado pelo IBGE em 2010 cerca de 33.000 indígenas vivem no Rio Grande do Sul sendo a maioria deles concentrados no norte do estado. Com o objetivo de ampliar o acesso dos indígenas a saúde com recursos humanos preparados para atuar em contextos interculturais e, em conformidade com as demandas desses povos, o Ambulatório do Índio foi criado pela Universidade Federal da Fronteira Sul campus Passo Fundo em parceria com o Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo. Vinculado ao ambulatório o Programa Atenção Integral à Saúde Indígena, grupo composto por estudantes de Medicina e professores da Universidade tem como objetivo apoiar de forma complementar o atendimento médico desses pacientes, colaborando na melhoria da saúde dessa população através das atividades de ensino, pesquisa e extensão. O programa de Atenção Integral à Saúde Indígena vinculado ao Ambulatório consolida e colabora com as políticas de assistência a essa população, isso perpassa a lógica de atendimento convencional, isto é, atendimento a nível de consultório. Atividades de extensão, como a realização de visitas nos assentamentos, aldeias e acampamentos, bem como capacitações e aconselhamentos junto com os profissionais são também prioridades e integram a rede de assistência a saúde dos indígenas, o que fortalece a atenção para com essa população. Desde agosto de 2021 foram realizadas mais de 460 consultas, incluindo consultas de pré-natal, de crianças, adultos e idosos. O serviço ambulatorial apresenta crescente demanda desde sua inauguração, bem como progrediu com a inclusão da 15ª Coordenadoria Regional de Saúde em julho de 2022. Os pacientes são referenciados pelo seu município via SISREG e, desse modo, encaminhados internamente a partir da consulta ambulatorial para atendimento especializado, mas seguindo seu acompanhamento em vista do cuidado longitudinal. A demanda maior até o momento é por serviço de oftalmologia, cirurgia geral, neurologia/neurocirurgia, ginecologia e dermatologia. Neste contexto, a mescla de ensino pesquisa e extensão aplicados pelo ambulatório busca um atendimento integral a população indígena identificando suas necessidades, manejando as demandas e atuando in loco no intuito de mitigar uma histórica postura negligente com os povos originários
Copyright (c) 2022 Jackson Pagno Lunelli, Rayanne Allig De Albuquerque, Giovana Bonessoni Felizari, Joel Silva Da Rosa, Daniela Teixeira Borges, Leandro Tuzzin
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Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XIII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais do XIII SEPE da UFFS.