Vacinação contra Influenza A e COVID-19 em pacientes com síndrome respiratória aguda grave em um hospital no norte do Rio Grande do Sul

Resumo

O objetivo desse estudo foi determinar a prevalência de vacinação para Influenza A e novo coronavírus (SARS-CoV-2) em pacientes internados por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Trata-se de um estudo transversal, no qual foram incluídos pacientes de todas as idades, de ambos os sexos, em internação hospitalar com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre novembro de 2021 e maio de 2022. Após concordância, os pacientes responderam um questionário padronizado para o estudo e amostra da nasofaringe foi coletada utilizando-se swab de rayon. As amostras tiveram seu RNA extraído e quantificado por espectrofotometria e foram testadas quanto à positividade para Influenza A e SARS-CoV- 2 por meio da técnica de PCR em tempo real pelo método SYBR Green. Os dados foram apresentados de forma descritiva, relacionados pelo teste do X² e o nível de significância adotado foi de 5%. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética da Universidade Federal da Fronteira Sul. A amostra foi composta por 38 pacientes, a maioria idosos (52,6%) e com alguma comorbidade (81,6%). Em relação ao status vacinal para COVID-19, 31 pacientes haviam realizado pelo menos uma dose da vacina (81,6%) enquanto 7 não realizaram nenhuma dose do imunizante (18,4%). Já em relação à vacina anual contra Influenza, 28 pacientes foram imunizados (73,7%) enquanto 10 participantes não se vacinaram (26,3%). Na amostra estudada, 24 pacientes (63,2%) realizaram ao menos uma dose da vacina contra a COVID-19 e também realizaram a dose anual da vacina contra Influenza. Já 3 participantes (7,9%) não tomaram nenhuma dose das vacinas. Dos pacientes da amostra, 10,5% apresentaram PCR positivo para Influenza A e 76,3% para SARS-CoV-2. Entre os pacientes com teste de COVID positivo, 23 estavam imunizados com pelo menos uma dose da vacina (82,1%) e 5 (17,9%) não haviam se vacinado (p=0,99). Entre os pacientes com teste positivo para Influenza, 3 (75%) haviam realizado a dose anual da vacina e 1 (25%) não havia sido imunizado (p=0,99). Dessa forma, apesar da amostra não ter sido ampla o suficiente para obtermos significância estatística, nota-se que a prevalência de vacinação contra a COVID-19 e contra Influenza na população estudada encontram-se abaixo da meta de 90% preconizada pelo Ministério da Saúde.  Ademais, considerando a faixa etária avançada e a alta prevalência de comorbidades na amostra estudada, os achados indicam baixa adesão à vacinação em população prioritária, demonstrando a necessidade de ações estratégicas de promoção de saúde e prevenção de doenças nessa população.