PREVALÊNCIA DO SOBREPESO EM IDOSOS E SUA RELAÇÃO COM VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS, DE SAÚDE E COMPORTAMENTAIS

  • Francisca Mayara Soares Gama Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Karima Muhammad Yusuf Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Tais Felipe da Silva Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Rilary Silva Sousa Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Gustavo Olszanski Acrani Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Ivana Loraine Lindemann Universidade Federal da Fronteira Sul
Palavras-chave: Sobrepeso; Saúde idoso; Saúde; Atenção Primária; Epidemiologia.

Resumo

Atualmente a obesidade é responsável por 2,8 milhões de mortes mundiais por ano e, projeções para 2030, indicam 68% de excesso de peso e 26% de obesidade na população. Assim, este estudo objetivou estimar a prevalência de sobrepeso e verificar sua relação com variáveis sociodemográficas, de saúde e comportamentais em idosos. Trata-se de estudo transversal, realizado com idosos (idade ≥60 anos), ambos os sexos, atendidos na Atenção Primária à Saúde (APS) de Marau/RS em 2019, tendo sido excluídos os óbitos. Os dados foram extraídos por acesso on-line aos prontuários eletrônicos, diretamente digitados em banco criado no EpiData versão 3.1 e as análises estatísticas realizadas no PSPP (freewares). Procedeu-se à descrição da amostra e à estimativa da prevalência de sobrepeso com intervalo de confiança de 95% (IC95), sendo o sobrepeso definido como índice de massa corporal ≥27 kg/m2. Posteriormente, verificou-se a distribuição do sobrepeso (desfecho) de acordo com variáveis sociodemográficas e comportamentais (exposições) e, a distribuição dos desfechos de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, infarto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular cerebral (AVC), dislipidemia, doença cardíaca, doença renal e realização de exames de saúde conforme o sobrepeso (exposição). Nestas análises empregou-se o teste de qui-quadrado (erro α de 5%). O projeto de pesquisa do qual este estudo faz parte, foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFFS (parecer 4.769.903). A amostra foi composta de 1.728 pacientes, dos quais 60,1% eram mulheres, 53,2% tinham idade 60-69 anos, 77,3% apresentaram cor de pele branca, 83,3% possuíam o ensino fundamental incompleto, 5% consumiam bebida alcoólica, 8,3% eram fumantes e 2,3% realizavam atividade física. Ainda, 66,5% eram hipertensos, 26,1% diabéticos, 3,8% tiveram AVC, 2,9% IAM e, 59,7% realizaram exames de saúde em 2019. Verificou-se 61,2% (IC95 59-65) de prevalência de sobrepeso, sendo esta maior naqueles com ensino fundamental incompleto (64,2%; p=0,036) e não tabagistas (63,4%; p<0,001). Entre aqueles com sobrepeso, observou-se maior prevalência de hipertensão (75%; <0,001), diabetes (33,2%; p<0,001), dislipidemia (40,6%; p<0,001), doença cardíaca (16,9%; p=0,003), doença renal (4,9%; p=0,041) e realização de exames (65,2%; p=0,024). Os resultados corroboram o disposto na literatura, evidenciando a estreita relação entre o sobrepeso e outras doenças crônicas não transmissíveis e servem de alerta para a importância da promoção da alimentação adequada e saudável e, da prática de atividade física, visando ao controle do estado nutricional no intuito de diminuir as projeções de aumento da condição de saúde estudada e, das consequências a ela atreladas.

Publicado
21-11-2022