PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS EM PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ATENDIDOS EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA NO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL

  • Rayanne Allig de Albuquerque Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Jackson Pagno Lunelli Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Ivana Loraine Lindemann Universidade Federal da Fronteira Sul
Palavras-chave: AVE, SINAIS E SINTOMAS, CONDIÇOES PATOLÓGICAS, SINAIS E SINTOMAS, AVALIAÇÃO DE SINTOMAS, AVC

Resumo

Considerado uma disfunção neurológica de início súbito, o acidente vascular cerebral (AVC) é motivo de preocupação nas Redes de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) devido ao seu potencial de causar sequelas e impactos negativos na qualidade de vida da pessoa acometida e de seus cuidadores. Reconhecer o evento precocemente pode ter influência significativamente positiva no tratamento e prognóstico de cada paciente, advindo, assim, a importância de identificar os sinais e sintomas mais frequentes desta doença. Em geral, esses são identificados como déficits neurológicos focais, motores e sensitivos, incluindo as paralisias, as parestesias, os distúrbios da fala, as alterações de consciência e equilíbrio, a diminuição da acuidade visual e auditiva e a cefaleia. Este trabalho, portanto, objetiva descrever os sinais e sintomas mais frequentes em pacientes com diagnóstico de AVC. Trata-se de um recorte da coorte retrospectiva intitulada “Acidente Vascular Encefálico: Estudo de Casos Atendidos em Hospital de Referencia no Norte do Rio Grande do Sul”, cuja amostra compreendeu pacientes, de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos, atendidos no Hospital de Clínicas de Passo Fundo, RS, no período de janeiro de 2017 a dezembro de 2020. Os dados foram obtidos a partir de prontuários eletrônicos, digitados e validados no software EpiData e a estatística descritiva foi realizada no software PSPP, ambos de distribuição livre. Foi verificada a distribuição absoluta e relativa das frequências das variáveis categóricas e, medidas de tendência central e de dispersão das numéricas. Na amostra de 728 participantes, observou-se que a maioria eram do sexo masculino (51,6%), da raça branca (92,9%), com idade igual ou superior a 60 anos (69,9%) procedentes de outros municípios (57,7%). Os sintomas mais presentes foram a hemiparesia (54,3%), caracterizada como a fraqueza muscular ou paralisia parcial de um lado do corpo, e a assimetria facial (33,9%), sendo que, nesse caso o desvio da rima labial é um importante sinal amplamente conhecido como característico da patologia. Ademais, pode-se citar o elevado percentual de pacientes com disartria (33,2%) e afasia (25,8%) como sintomatologias principais. O primeiro está relacionado com a perda da capacidade de articular palavras devido a um problema de controle da musculatura da fala (motor), enquanto, o segundo, é resultado dos danos às áreas do cérebro que controlam a linguagem e, portanto, ocorre perda parcial ou total da capacidade de expressar ou compreender a linguagem falada ou escrita. Cabe ressaltar que, a maioria dos atendidos possuía mais uma de apresentação sintomática. Sabe-se também que, o exame físico permite não apenas a avaliar a presença ou não de sinais e sintomas, mas pode auxiliar na delimitação de danos, definir topografia da lesão e ampliar o espectro de planos terapêuticos. Dessa forma, o amplo conhecimento da apresentação do AVC pode contribuir no atendimento precoce desses pacientes e permitir um melhor prognóstico.

Publicado
21-11-2022