DEMANDAS ESTUDANTIS NO CAMPUS PASSO FUNDO E ESTRATÉGIAS DE CUIDADO

  • Jessica Tamini de Borba UFFS
  • Gabrielle Ribeiro Inda
Palavras-chave: saúde mental, (in) segurança alimentar, assistência estudantil, políticas estudantis, estratégias de cuidado

Resumo

Foi realizado um levantamento pelo Setor de Assuntos Estudantis de Passo Fundo (SAE), que visou observar as demandas dos estudantes, a fim de promover ações de saúde. Os tópicos destacados foram: segurança alimentar, saúde mental e cuidado pessoal. O formulário obteve 142 respostas dos estudantes de maneira anônima. Identificou-se que 88,6% (123 pessoas) relataram algum nível de insegurança alimentar, por terem dificuldade de preparar e/ou comprar jantares saudáveis. Entre os motivos, 74,2% (92) relataram não terem tempo para cozinhar e isso atrapalhar nos estudos e 59,7% (74) relataram que além de não terem tempo para cozinhar, o aumento significativo do custo dos ingredientes intensificou a dificuldade de manter uma alimentação saudável. Dos estudantes, 95,1% (135) disseram que gostariam que o Restaurante Universitário ofertasse jantares, 62,4% (83) declararam que jantariam de 4 a 5 vezes por semana e 34,6% (46) que jantariam de 2 a 3 vezes. Quanto  à saúde mental, 76,1% (108) declararam que se sentem nervosos/as, ansiosos/as ou/e deprimidos/as. Também foi aberto um espaço para comentários, dos quais foram obtidas 44 respostas, elas relatam principalmente sobrecarga, exaustão, carga horária excessiva e saudades de casa/família. 68 de 90 estudantes declararam não dormirem bem e não terem momentos de lazer fora do ambiente acadêmico, essa parte também foi aberta a comentários, na qual foi relatado a auto culpabilização quando há momentos de lazer e descanso adequados. 33 alunos declararam fazer uso de ansiolíticos e/ou antidepressivos, no entanto, apenas 12 estudantes declararam que estão em acompanhamento psiquiátrico, o que pode indicar automedicação. Quanto ao autocuidado, 24 estudantes declararam fazer psicoterapia, 85 praticam atividade física via academia, 11 fazem acompanhamento com nutricionista, 24 vão ao oftalmologista e 68 alunos disseram que gostariam de fazer uso de um ou mais serviços de saúde, mas não têm condições financeiras ou acesso público. Assim, por meio desse levantamento, conseguiu-se rastrear algumas demandas importantes como a necessidade de ampliação da equipe do SAE e melhor articulação e investimento em políticas estudantis, bem como investimento nas redes de saúde regional, municipal e na própria instituição. Espera-se, com isso, promover estratégias coletivas e em rede de cuidado a fim de atenuar as dificuldades dos/as alunos/as  do campus Passo Fundo. 

 

Publicado
21-11-2022