PLACENTA PRÉVIA E ACRETISMO PLACENTÁRIO: RELATO DE CASO
Resumo
A placenta prévia (PP) configura-se pela inserção baixa da placenta, uma implantação no segmento inferior do útero, distando no máximo 2cm do OCI. Essa condição tem se tornado mais frequente, acompanhando o aumento na taxa de cesáreas, um dos seus principais fatores de risco. Das complicações que podem decorrer de uma PP, o acretismo placentário (AP), desenvolvido a partir de uma invasão excessiva do trofoblasto no miométrio, é uma das mais graves. Isso porque, ao efetuar a dequitação, pode ocorrer grave hemorragia na paciente. Atualmente, o AP está entre as principais causas de histerectomia pós-parto. Paciente de 27 anos, G4C3, IG 25+2, foi encaminhada por placenta prévia total para ambulatório de pré-natal de alto risco. Paciente referia dor em baixo ventre e episódios de sangramento vaginal frequentes com sangue vermelho vivo, de pequena quantidade e de início súbito. US morfológico no segundo trimestre indicando que a placenta estava inserida na parede anterior do útero, recobrindo o OCI. Prescreveu-se suplemento alimentar e solicitou-se RNM e novo US. Retorno com IG 28+4, apresentando RNM inconclusiva e US com perda da definição entre a placenta e o miométrio em um segmento localizado na porção inferior da placenta, próximo ao colo uterino e istmo, de aspectos ecográficos relacionados a acretismo placentário. Quando estava com IG 34+2, foi realizada a interrupção da gravidez com cesárea e histerectomia subtotal. RN vigoroso, atendido pela pediatria. Após os procedimentos, foi encaminhada à UTI, onde permaneceu estável hemodinamicamente, sem necessidade de DVA ou de reintervenção. Alta 15 dias pós-parto. Dos tipos de AP, a placenta increta é a menos comum, definida por invasão da placenta no miométrio, porém sem ultrapassá-lo. Atribui-se o aumento da prevalência dessa patologia ao aumento do índice de cesáreas. O diagnóstico de AP é por ultrassonografia com Doppler, podendo ser complementado com ressonância magnética. Nesse sentido, o manejo de placenta increta demanda de equipe multiprofissional e recursos adequados, a fim de reduzir a morbimortalidade materna e fetal, sendo o diagnóstico precoce crucial para programação da equipe.
Copyright (c) 2022 Pâmela Machado de Amorim, Thiago Emanuel Rodrigues Novaes, Isabela Clara Keller Richter, Krisla da Rosa Martins, Emanuele Cristine Nerling, Grasiele Colussi, Thalyta Calvacante Ferreira, Daniel Dalla Maria, Julia Baroni Rebelato, Silvane Nenê Portela
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