NARRATIVAS DO COTIDIANO DOS ACADEMICOS DE PEDAGOGIA NA REALIZAÇÃO DE ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO REMUNERADO EM ESCOLA DE ERECHIM E REGIÃO

  • Marina Zardo Gonçalves Universidade Federal da Fronteira Sul
Palavras-chave: Estágio não obrigatório, Pedagogia, Relatos, Escola, Direitos trabalhistas

Resumo

Este trabalho consiste em uma pesquisa elaborada no Componente Curricular Trabalho de Conclusão de Curso II. Foi realizada com os acadêmicos de pedagogia da Universidade Federal da Fronteira Sul campus Erechim, Rio Grande do Sul, que realizam ou já realizaram estágio não obrigatório em escolas da região do Alto Uruguai Gaúcho. Este estudo objetivou a investigação dos relatos das estagiárias que responderam a um questionário aplicado pela plataforma google forms, o instrumento permitiu analisar de que forma esse tipo de estágio contribui para a formação docente, como é o cotidiano das estagiárias nas escolas e de que modo as relações com a gestão, os professores e os funcionários ocorrem neste ambiente. No estágio não obrigatório os estagiários exercem diversos papéis em diferentes espaços, como na sala de aula, nos corredores, no refeitório, no pátio e no parque, auxiliando nos cuidados de higiene e hábitos alimentares das crianças e acompanhando o desenvolvimento das atividades propostas pelos professores regentes. Com a aplicação do questionário verificaram-se relatos positivos, evidenciando os aprendizados com as professoras regentes, mas também há muitas narrativas negativas, que trazem aspectos de desgaste, cansaço e discordância com alguns educadores da escola. O trabalho apresenta um apanhado das principais leis e diretrizes que regem o estágio não obrigatório, realizando uma pesquisa documental destas normas. Focou-se também em abordar a visão dicotômica entre teoria e prática, defendendo e definindo a práxis na educação. Foi possível analisar os aspectos trabalhistas do estágio não obrigatório, a desvalorização da profissão do Pedagogo e debater temas como os direitos trabalhistas oferecidos aos estagiários, a remuneração e as relações capitalistas presentes nesse ambiente compreendido por ser um ato educativo, mas que demonstra ser um processo de mão de obra barata, sem a garantia de direitos como 13º salário, FGTS, INSS, seguro desemprego, verbas rescisórias, ⅓ sobre as férias, recebimento de hora extra, licença maternidade, adicional de insalubridade e periculosidade.

Publicado
13-10-2022