Anjo da História

plataforma digital de divulgação e debate histórico

  • Guilherme José Schons UFFS https://orcid.org/0000-0002-9498-4164
  • Anderson Dal Prá Dal Vesco Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Bruna Feiden Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Fábio Francisco Feltrin de Souza Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Hagatta Joana Lengowski da Silva Universidade Federal da Fronteira Sul
Palavras-chave: História Pública, Divulgação científica, Extensão

Resumo

O projeto “Anjo da História”, associado ao curso de História da UFFS – Campus Erechim, teve como objetivo criar formas de expandir os debates conduzidos no interior da universidade, alcançando públicos mais amplos, não especializados e interessados no passado. Inspirados pela História Pública e na obra de Walter Benjamin, criou-se canal no YouTube, podcast no Spotify, site e perfis nas principais redes sociais com a pretensão de promover e divulgar questões em torno de temas latentes na sociedade e que convocam historiadores para um exame específico e com linguagem mais acessível. Diante do entendimento de que os historiadores profissionais não possuem mais o monopólio sobre as narrativas do passado e a internet foi transformada em uma segunda esfera coletiva, bem como mediante a consciência da falta de mediação do conhecimento nesse espaço, a ação foi colocada em prática e teve como impactos a formação de historiadores com ênfase em divulgação científica, a qualificação dos diálogos em torno dos passados e a produção de amplo arquivo audiovisual sobre os assuntos abordados. Entende-se que o projeto contou com duas temporadas, a partir das quais, ao todo, entre gravações e lives, dezessete vídeos e podcasts estão em acesso livre à comunidade. Foram contemplados temas como agroecologia e feminismo, colonização, educação e ensino, teoria da História, história da historiografia, ditadura, sentidos de ensinar e pesquisar história hoje, negacionismo, usos e abusos dos corpos femininos, nacionalismo e história social do futebol, historiografia feminista e antirracista, Argentina oitocentista, gênero e judiciário na construção dos sujeitos, as temporalidades do Antropoceno e um olhar racializado para a crise do cânone de intérpretes do Brasil – esse último, inclusive, contando com aula aberta presencial transmitida. Ao se contrapor ao negacionismo e à manipulação em prol da ampliação dos públicos da História, sem que qualquer discussão fique restrita à academia, a equipe que desenvolveu a iniciativa se movimenta para que o “inimigo” definido por Benjamin cesse de vencer.

Publicado
11-10-2022