CONTAGEM DE LEUCÓCITOS EM INDIVÍDUOS EXPOSTOS A AGROTÓXICOS EM REALEZA, PARANÁ

  • Diana Paula Perin Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
  • Alini Almeida
  • Edineia Paula Sartori Schmitz
  • Gisele Louro Peres
  • Dalila Moter Benvegnú

Resumo

O Brasil é um dos países do mundo, com maior uso de agrotóxicos, sendo que a exposição de agricultores a esses produtos pode causar diversos efeitos na saúde desses trabalhadores. O ser humano possui células de defesa na corrente sanguínea, os chamados leucócitos, e dentre essas células há uma linhagem de leucócitos chamada Monócitos, que fazem parte do sistema imunológico humano, essas células possuem grande capacidade fagocitária e dentre as principais funções, os monócitos auxiliam na remoção de tecidos danificados ou mortos, atuam na regulação da imunidade, destruição de células cancerígenas, entre outros. Estudos demonstram que a exposição a agrotóxicos pode induzir a alterações no número de leucócitos quando comparados a grupos controle. Assim, o presente trabalho teve como objetivo comparar a contagem de leucócitos entre indivíduos expostos e não expostos a agrotóxicos. O projeto foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa, (CAAE:61552316.0.0000.5564). Foram incluídas no estudo amostras de 30 indivíduos expostos a agrotóxicos (GE), composto por agricultores ou indivíduos que residam no meio rural próximo a lavouras com alto uso de agrotóxicos e, 34 indivíduos não expostos a agrotóxicos (GNE), ou seja, que não possuem exposição direta a agrotóxicos. Após coleta de sangue do dedo anelar, com o uso de lancetas, foi realizada a confecção de lâminas através da técnica de esfregaço, as quais foram posteriormente coradas e analisadas no microscópio óptico (aumento de 400X), de modo duplo cego randomizado. Na sequência, ocorreu a diferenciação celular a partir da contagem de 100 leucócitos e análise estatística dos dados por meio do teste t, considerando-se diferença significativa quando p<0,05. Após análise dos dados foi possível observar que o único tipo celular que se mostrou reduzido no GE (1,43 ± 1,76) em relação ao GNE (3,53 ± 3,13) foi o monócito, apresentando nível de significância de p=0,001. Os demais tipos celulares, representados por linfócito (p=0,24), neutrófilo (p=0,50), segmentado (p=0,78), bastonete (p=0,50), basófilo (p=0,87) e eosinófilo (p=0,48) não demonstraram diferença estatística entre os grupos. A diminuição no número de monócitos no GE pode influenciar na imunidade dos indivíduos, diminuindo as defesas proporcionadas por essas células. Além disso, autores sugerem que esta diminuição ocorra devido a ação dos agrotóxicos tanto na medula óssea quanto nas células do sangue periférico.

Biografia do Autor

Diana Paula Perin, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
Graduanda do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas;
Publicado
26-08-2019
Seção
Campus Realeza - Projetos de Pesquisa