CONTAGEM DE LEUCÓCITOS EM INDIVÍDUOS EXPOSTOS A AGROTÓXICOS EM REALEZA, PARANÁ
Resumo
O Brasil é um dos países do mundo, com maior uso de agrotóxicos, sendo que a exposição de agricultores a esses produtos pode causar diversos efeitos na saúde desses trabalhadores. O ser humano possui células de defesa na corrente sanguínea, os chamados leucócitos, e dentre essas células há uma linhagem de leucócitos chamada Monócitos, que fazem parte do sistema imunológico humano, essas células possuem grande capacidade fagocitária e dentre as principais funções, os monócitos auxiliam na remoção de tecidos danificados ou mortos, atuam na regulação da imunidade, destruição de células cancerígenas, entre outros. Estudos demonstram que a exposição a agrotóxicos pode induzir a alterações no número de leucócitos quando comparados a grupos controle. Assim, o presente trabalho teve como objetivo comparar a contagem de leucócitos entre indivíduos expostos e não expostos a agrotóxicos. O projeto foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa, (CAAE:61552316.0.0000.5564). Foram incluídas no estudo amostras de 30 indivíduos expostos a agrotóxicos (GE), composto por agricultores ou indivíduos que residam no meio rural próximo a lavouras com alto uso de agrotóxicos e, 34 indivíduos não expostos a agrotóxicos (GNE), ou seja, que não possuem exposição direta a agrotóxicos. Após coleta de sangue do dedo anelar, com o uso de lancetas, foi realizada a confecção de lâminas através da técnica de esfregaço, as quais foram posteriormente coradas e analisadas no microscópio óptico (aumento de 400X), de modo duplo cego randomizado. Na sequência, ocorreu a diferenciação celular a partir da contagem de 100 leucócitos e análise estatística dos dados por meio do teste t, considerando-se diferença significativa quando p<0,05. Após análise dos dados foi possível observar que o único tipo celular que se mostrou reduzido no GE (1,43 ± 1,76) em relação ao GNE (3,53 ± 3,13) foi o monócito, apresentando nível de significância de p=0,001. Os demais tipos celulares, representados por linfócito (p=0,24), neutrófilo (p=0,50), segmentado (p=0,78), bastonete (p=0,50), basófilo (p=0,87) e eosinófilo (p=0,48) não demonstraram diferença estatística entre os grupos. A diminuição no número de monócitos no GE pode influenciar na imunidade dos indivíduos, diminuindo as defesas proporcionadas por essas células. Além disso, autores sugerem que esta diminuição ocorra devido a ação dos agrotóxicos tanto na medula óssea quanto nas células do sangue periférico.
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