CONHECIMENTO DAS DIVERSAS POPULAÇÕES DO NORTE GAÚCHO E EQUIDADE EM SAÚDE A PARTIR DAS VIVÊNCIAS NO SUS

  • Tainara Tonatto UFFS
  • Vanderleia Laodete Pulga Universidade Federal da Fronteira Sul

Resumo

A diversidade das populações do norte gaúcho tem potencialidade para praticar a equidade em saúde nos processos de formação de profissionais da saúde. A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Passo Fundo – RS, prioriza o ensino da medicina humanizada, possibilitando aos alunos, desde o primeiro semestre, no Componente Curricular de Saúde Coletiva, conhecer e compreender a realidade das diversas culturas e territórios nos quais irão atender como futuros profissionais de saúde. Ademais, ao passo que o Congresso Gaúcho de Educação Médica (CGEM) de 2019 foi realizado no campus passofundense da UFFS, teve-se a oportunidade de compartilhar essa experiência com as demais escolas médicas do Estado, com objetivo de incentivar os acadêmicos e futuros médicos a perceber a heterogeneidade das populações e a importância da equidade no exercício da profissão. Assim, foram realizadas atividades em um turno pré-congresso com apoio e organização do projeto de extensão “Educação Popular, Equidade e Saúde: Capacitação e Mobilização de Atores Sociais para o Fortalecimento do SUS”. Nas imersões em saúde coletiva e nas vivências organizadas durante o congresso foram visitadas as diferentes populações em Passo Fundo e outras cidades da região, a exemplo – Quilombolas, Indígenas, Assentamento e Acampamento do MST, Ambulatório da Saúde da Mulher com atendimento à comunidade LGBTI e População Carcerária. Durante as vivências, rodas de conversa, territorialização, dúvidas e questionamentos, desmistificação e integração entre alunos, universidade e comunidade são realizados de maneira ampla e esclarecedora, a fim de proporcionar, efetivamente, o desenvolvimento da empatia e a elucidação dos acadêmicos de medicina quanto à realidade que serão inseridos ao formar-se e exercer sua profissão. Assim sendo, vivenciar esses momentos durante a graduação é fundamental para romper com preconceitos existentes, relacionados ao que a mídia ou a sociedade, como um todo, por vezes, preconceituosa, deixa como herança a esses jovens adultos, além de expor dificuldades e necessidades de atenção básica de saúde e escuta qualificada que essas pessoas enfrentam e que podem ser mudadas a partir da formação de profissionais detentores de características diferenciadas dos demais. A empatia, o respeito, a compreensão e o conhecimento sobre as diversidades existentes nesses territórios e a produção de saúde e doença é fundamental para aprender a cuidar de pessoas. Portanto, conhecer, aceitar e, principalmente, compreender os diferentes  povos e culturas torna-se uma competência essencial para a formação médica, especialmente, para a humanização do atendimento e a aplicabilidade da equidade na prática após a graduação e aprendizado para a vida no crescimento pessoal e acadêmico dos alunos.

 

Publicado
06-09-2019
Seção
Campus Passo Fundo - Projetos de Extensão e Cultura