POTENCIAL DO TRIGO MOURISCO PARA MANEJO DE FITOPATOGENOS DE SOLO

  • Gabriela Silva Moura Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Vanessa Cristina de Oliveira
  • Telmar Moraes Welter
  • Lucas Ferrari Alvarenga
  • Gilmar Silva Franzener

Resumo

Os fungos fitopatogênicos de solo pode causar severos danos em plantas cultivadas. Uma das formas mais eficientes para manejo é o uso de rotação de culturas com espécies que contribuem no controle, mas para algumas, como o trigo mourisco (Fagopyrum esculentum), ainda são escassas as informações de seu potencial efeito sobre esses fitopatógenos. Diante disso, esse trabalho teve por objetivo avaliar o efeito de trigo mourisco no controle de patógenos de solo. Para obtenção das plantas de trigo mourisco, essas foram cultivadas em vases sob condição de casa de vegetação. Após 50 dias foram preparados extratos aquosos da parte aérea e raízes de trigo mourisco. Foi avaliado o efeito de extratos in vitro sobre o crescimento micelial e na formação de esporos dos fitopatógenos Sclerotinia sclerotiorum, Rhizoctonia solani, Fusarium solani e Macrophomina phaseolina. Foram utilizadas as concentrações de 0, 0,5, 1, 2,5 e 5,0% do extrato aquoso da parte aérea e de raiz do trigo mourisco. Os extratos foram incorporados em meio de cultura BDA, o qual recebeu um disco de micélio do fitopatógeno, com avaliação do diâmetro médio colônias fúngicas quando as maiores colônias atingiram as bordas da placa de Petri. Os ensaios foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições. O extrato aquoso da parte aérea e de raízes promoveram significativa redução no crescimento micelial dos fungos R. solani e M. phaseolina. Houve maior inibição com o aumento nas concentrações de trigo mourisco utilizadas. Os extratos tanto de parte aérea como de raízes promoveram significativa redução na esporulação de F. solani. Os demais fitopatógenos não apresentaram esporulação. Esses resultados demonstram resposta diferencial do trigo mourisco sobre os fitopatógenos avaliados, bem como o potencial na inibição de alguns fitopatógenos de solo. Mais estudos são necessários para avaliação em condições de campo, mas possivelmente contribua na redução do inóculo desses fungos. 

Publicado
04-09-2019
Seção
Campus Laranjeiras do Sul - Projetos de Pesquisa