RELATO DE EXPERIÊNCIA DE INSERÇÃO NO MOVIMENTO ESTUDANTIL ATRAVÉS DA PARTICIPAÇÃO NO DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES (DCE) NA UFFS/CERRO LARGO

  • Luana Garcia Machado Universidade Federal da Fronteira Sul-Campus Cerro Largo
  • Tábata Morena Rodrigues Saragoso
  • Antônio Inácio Andrioli

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo relatar a experiência das autoras no movimento estudantil através da participação no Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Cerro Largo. O DCE é uma entidade de representação estudantil historicamente construída pela participação coletiva de estudantes de instituições de Ensino Superior (universidades, faculdades, centros de ensino). Estima-se que o primeiro DCE do Brasil tenha sido organizado no ano de 1930, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A partir de 1964, com o início da ditadura militar no país, o movimento estudantil entra na clandestinidade, e os DCE’s passam a ser conduzidos de forma anônima. Com a abertura do Estado para a redemocratização, a entidade passa a ter papel fundamental na organização de estudantes, com o reconhecimento do direito da participação do corpo discente nas decisões administrativas e organizacionais das instituições de ensino. O DCE é, hoje, a entidade responsável pela organização dos estudantes em torno de pautas comuns, tal como a Assistência Estudantil, Socioeconômica e Pedagógica. As autoras compuseram, em conjunto com outros estudantes, o DCE na UFFS/Cerro Largo pela chapa RepresentAÇÃO, nos cargos de Coordenadora de Cultura e Eventos e Coordenadora Geral, entre o período de novembro de 2016 e dezembro de 2018. A diretoria do DCE tem suas ações determinadas pelo estatuto da entidade, que foi redigido na fundação da mesma no Campus. Como metodologia organizativa, o DCE se divide em dez Coordenações, sendo cada uma responsável pela execução das atividades planejadas e aprovadas pela maioria dos estudantes da universidade. O processo eleitoral para escolha da chapa de representantes discentes ocorre bienalmente, sendo possível a inscrição de chapas com, no mínimo, dez estudantes da instituição que tenham o número da matrícula ativa. Como coordenadoras, as autoras organizaram e participaram do I Seminário da Política de Assistência Estudantil da UFFS, e atuaram como representações estudantis no Conselho Universitário (CONSUNI) e na Comissão de Acompanhamento e Avaliação dos Programas de Assistência Estudantil (CAAPAE). A experiência de envolvimento das autoras com as pautas estudantis foi um importante processo de formação profissional e pessoal, pois permitiu a construção do diálogo com as diferentes esferas institucionais da universidade, melhorou e fortaleceu as relações com estudantes, professores, técnicos-administrativos, direção e reitoria. Como resultados gerais da atuação do movimento estudantil na UFFS, houve o avanço no reconhecimento das pautas estudantis através da ampliação dos programas de Assistência Socioeconômica, como é o caso do Auxílio Creche destinado à estudantes que são mães e pais. Além disso, as autoras identificam o potencial da organização dos estudantes pela participação nas chapas que compõem o DCE, visto que essa entidade é protagonista na mobilização estudantil no Brasil.

Publicado
02-10-2019
Seção
Campus Cerro Largo - Projetos de Extensão e Cultura