EXPERIÊNCIAS DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO PARA A SAÚDE
O ABSENTEÍSMO DOS USUÁRIOS DO SUS COMO OBSTÁCULO AOS SERVIÇOS
Resumo
O Programa de Educação para o Trabalho para a Saúde (PET-Saúde)
constitui uma iniciativa do Ministério da Saúde voltada ao fortalecimento da
integração ensino-serviço-comunidade, através de ações de qualificação e formação
profissional. As adversidades inerentes a melhoria dos serviços de saúde são
inúmeras, no entanto, recentemente o absenteísmo dos usuários tem chamado a
atenção pelos elevados índices e pela dificuldade em estabelecer soluções
definitivas para tal. Nesse sentido, o grupo de envolvidos na atual edição do
programa adotou como desafio estudar os fatores relacionados à este problema, e
assim propor intervenções. O PET-Saúde/Interprofissionalidade iniciou suas
atividades no mês de abril de 2019. A equipe de “petianos” é composta por cerca de
70 profissionais da assistência pública do município de Chapecó e professores e
alunos de três instituições de ensino e quatro cursos de graduação (Universidade
Federal da Fronteira Sul – Medicina e Enfermagem, Universidade do Estado de
Santa Catarina - Enfermagem, Universidade do Oeste de Santa Catarina –
Educação Física e Psicologia). Os encontros ocorrem mensalmente com todos os
participantes, e semanalmente em cinco subgrupos, que realizam atividades de
imersão nos cenários da Rede de Atenção à Saúde. As atividades iniciais realizadas
pelo grupo vinculado ao Centro de Saúde da Família (CSF) Santo Antônio foram: o
conhecimento do espaço físico do CSF, profissionais, setores, indicadores e
território; visitas domiciliares; acompanhamento de pacientes em seu percurso pelo
serviço. A partir dessas vivências e reflexões foi dado início um projeto de
intervenção a partir da questão eminente do elevado absenteísmo dos usuários em
consultas, exames e outros serviços. Não sendo a alta taxa de falta dos usuários
exclusividade do CSF Santo Antônio, foram selecionados para visitas técnicas,
outros dois espaços relacionados a este problema. O Centro de Referência em
Saúde Municipal (CRESM), que provê consultas e exames especializados a toda a
população da cidade; e ao setor de Regulação, responsável pela organização e
disponibilização de recursos da saúde (consultas especializadas, exames,
procedimentos, entre outros). As visitas aconteceram entre os meses de junho e
agosto. A dificuldade para a corresponsabilização dos usuários do SUS permeia
todos os níveis de atenção, contribuindo para o aumento das filas de espera,
inutilizando recursos humanos e financeiros, e prejudicando a qualidade dos
serviços. Apesar dos esforços para a conscientização da população, os índices
municipais são alarmantes e refletem, em muitas vezes, o descaso de parte da
população para com sua própria cidadania. Assim, espera-se que as ações do
programa permitam a qualificação das formações e do serviço em saúde, bem como
a conscientização da população sobre a importância de zelar por um sistema de
saúde humanizado, eficaz, integral, equânime e universal.
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