INTERNAÇÕES POR CAUSAS RESPIRATÓRIAS DE PACIENTES COM ATÉ 1 ANO DE IDADE EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO

  • Danieli Paola Ferreira UFFS
  • Giani Cioccari
  • Gustavo Olszanski Acrani

Resumo

As infecções respiratórias agudas (IRA)estão entre as principais comorbidades de saúde pública, sendo uma das causas mais comuns de morbimortalidade na infância, afetando crianças menores de 5 anos. Desmame precoce, desnutrição e doenças de base estão entre as causas de infecções respiratórias em crianças. O baixo peso ao nascer também influencia: crianças nascidas com menos de 2.500 g têm risco aumentado de adoecer e morrer, comparadas às nascidas de peso adequado. Crianças têm de quatro a seis episódios de IRA por ano, sendo que 3% evoluem para pneumonia, que predomina em menores de 1 ano. 5 milhões de crianças menores de 5 anos morrem por ano devido a infecções respiratórias, sendo a grande maioria por pneumonias (70%). Foi realizado um estudo transversal com coleta de dados de prontuários de pacientes com até 1 ano, internados por condições respiratórias no HSVP em Passo Fundo/RS, no período de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2017. A amostra, não probabilística, selecionada por conveniência foi composta por todos os pacientes, de ambos os sexos. Foram coletados dados dos prontuários referentes a idade ao internar, naturalidade, sexo, dias de internação, desfecho (óbito ou alta), diagnóstico de internação através do CID-10, tipo de parto, Apgar no 1º e no 5º minutos de vida, prematuro ou atermo, idade gestacional, peso e comprimento ao nascer e número de consultas pré-natal. A amostra foi constituída de 265 prontuários, em que 34,7% tinham idade superior a 30 dias de vida e 28,3% eram recém-nascidos. Desses, 76,2% eram naturais de Passo Fundo, com predomínio do sexo masculino (66%). Dos prontuários analisados, 95% tiveram alta e 4,1% evoluíram à óbito. 61,5% esteve internada de 0 a 10 dias, seguida de 21,5% permanecendo de 11 a 20 dias no Hospital. 28,3% nasceram por parto cesáreo, 8,6% parto vaginal e 63% não informado. Apgar no 1º e 5º minutos ideais (8-10) com frequências de 18,4% e 27,7%, respectivamente. Dos nascimentos, 15% teve idade gestacional superior a 38 semanas, 13,5% entre 33 e 37 e 13% entre 27 e 32 semanas; 58,1% não informado. 24,5% nasceram prematuros, 18,4% atermos e 56,9% não informado. Com peso ao nascer entre 2501g a 3000g a frequência foi de 7,1%, 6,4% entre 3001g e 3500g e 4,15% com 500 até 1000g. 65,1% não informados. 15,8% das mães realizaram entre 6 e 10 consultas pré-natal, 8,3% de 1 a 5; 73,9% não informados. 20% comprimento de 41 a 50 cm ao nascer, 6,4% 29 a 40 cm, 3,7% com mais de 50 cm e em 69,8% dos casos o dado não fora informado. Os CID-10 mais frequentes: Pneumonia Bacteriana (24,9%), Pneumonia não especificada (13,5%) e Bronquiolite aguda devido a outros microrganismos (12,8%). Tendo em vista a prematuridade como perfil bastante frequente e de diversas complicações ao recém-nascido, deve-se buscar compreender e prevenir essas implicações, identificando precocemente sinais de alerta para alterações na gestação, afim de evitar possíveis afecções respiratórias nos lactentes, em detrimento da imaturação pulmonar.

Publicado
06-09-2019
Seção
Campus Passo Fundo - Projetos de Ensino