DESCORTINANDO SILÊNCIOS PELO TEATRO DO OPRIMIDO E PHOTOVOICE: COMO UM PROJETO DE CULTURA COLABORA PARA LIBERTAÇÃO DE VOZES NA UNIVERSIDADE

  • Eduarda Vaz Oliveira UFFS
  • Cláudio Claudino Da Silva Filho UFFS

Resumo

A Universidade tem sido um espaço permeado por situações de violência, as quais estão gerando sintomas depressivos, ideação suicida e muitas outras complicações que impactam diretamente na saúde dos envolvidos. Com seu grande crescimento, a violência e seus agravantes, já se tornam um problema de saúde pública. Culminado com a falta de capacitação dos profissionais da saúde em lidarem com essas situações, geram um Sistema de Saúde com atendimento desqualificado e despreparado para atenderem os indivíduos que passam por estas dificuldades, não conseguindo concluírem de maneira satisfatória o cuidado às pessoas envolvidas. O objetivo deste trabalho é relatar as vivências e experiências de um projeto de cultura que pretende debater dialogicamente pelas técnicas do Teatro do Oprimido e Photovoice sobre as relações universitárias como (re)produtoras de violência(s), descortinando silêncios e construindo emponderamento para libertação de toda s as vozes implicadas na formação. Trata-se de um estudo qualitativo na modalidade relato de experiência, das atividades desenvolvidas no âmbito do Projeto de Cultura intitulado “As relações universitárias como (re)produtoras de violência(s): descortinando silêncios pelo Teatro do Oprimido e Photovoice”, fomentado e institucionalizado com Bolsa Cultura pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó, pelo Edital n° 611/GR/UFFS/2018. Agrega-se nesse projeto ideais teórico filosóficos do educador Paulo Freire, bem como duas técnicas de enfrentamento da violência: O Teatro do Oprimido e o Photovoice. Até o momento entre agosto de 2018 e julho de 2019 foram realizados três reuniões com a equipe de coordenação do projeto, duas reuniões com a equipe de “fotógrafos” (denominada de “Nossos Olhos”) e cinco encontros abertos para toda a comunidade universitária e loco regional. O primeiro encontro abordou de maneira mais ampla os conteúdos que seriam envolvidos e buscou criar uma agenda conjunta entre a UFFS, UDECS, Unochapecó e UNOESC; já o segundo e o terceiro encontros foram focados no Teatro do Oprimido, havendo uma breve introdução sobre o Teatro e após foi trabalho técnicas teatrais e montagens de cenas de violências presenciadas no espaço universitário; o quarto encontro teve enfoque no Photovoice, no qual foram tiradas fotos que representassem violência para o público e após discutidas seus significados; no quinto encontro foram discutidas a naturalização de situações de violência nas Universidades e como, por meio do Teatro do Oprimido, podem ser discutidas e modificadas estas. Os encontros despertaram o lado reflexivo, crítico e criativo dos(as) participantes, qualificando pela linguagem cultural o processo de formação desses(as) futuros(as) profissionais. Além de estarem contribuindo para melhorias no espaço educacional, estão em processo formativo para lidarem com as diversidades de violências no mundo do trabalho, promovendo saúde e prevenindo efeitos desse fenômeno, como o suicídio e depressão. Considera-se que o Projeto tem sido emponderador para libertação de vozes inseridas na comunidade acadêmica, juntamente às técnicas do Teatro do Oprimido e Photovoice vindo a potencializar a visibilidade de situações de violência e sofrimento dentro desses espaços, e abrindo a possibilidade para construção de estratégias resolutivas dialógicas, democráticas, horizontais e participativas.

Publicado
12-09-2019
Seção
Campus Chapecó - Projetos de Extensão e Cultura