AVALIAÇÃO, PESQUISA E REFLEXÃO NO PROCESSO ALFABETIZADOR

  • Jenifer Luísa Hummes Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Emili Rossi Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Maiara Helena Zabot
  • Analise Mariga Chirnev

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo analisar a eficácia do(s) modelo(s) de avaliação no ciclo de alfabetização em duas escolas do Estado do Rio Grande do Sul. Para isso foi realizada uma pesquisa de campo qualitativa, na qual 10 professores alfabetizadores responderam um questionário que abordava pontos acerca dos objetivos, métodos, instrumentos, tempos, espaços e concepções de avaliação no processo de alfabetização. Este estudo também faz uma breve retomada histórica sobre a avaliação escolar, abordando a mudança no termo “exames escolares” para “aferição do aproveitamento escolar”, na LDB/1996. Com esta mudança de nomenclatura também se modifica o conceito de avaliação. Da ideia de provas e classificação dos estudantes, se passa à concepção de avaliação processual, diagnóstica e não punitiva. Discute se, ainda, a ideia de erro como uma tentativa de acerto, uma hipótese, um passo na construção de saberes, e não um fracasso. Também são abordadas nesta pesquisa as variáveis que compõem a avaliação escolar. Sugere se a ideia de que a avaliação seja pensada numa perspectiva de iceberg, onde as crianças são o topo, a parte mais visível, mas não a única, nem mais importante. Antes dos resultados das avaliações tornarem se visíveis, acontece todo um processo que envolve muitas outras pessoas, que não os estudantes. Isso envolve a escola, o sistema educacional, os próprios professores, os instrumentos de avaliação, os funcionários da educação. Como resultado da análise das respostas dos 10 questionários respondidos por professores alfabetizadores, percebeu se que estes docentes não têm a avaliação centrada em um único momento ou instrumento, concebem seu papel como o de mediador da aprendizagem e utilizam os dados das avaliações para identificar “dificuldades” e progressos dos estudantes, bem como para rever seu próprio trabalho. Em suma, embasadas em estudos bibliográficos, conclui se que todo o discurso de trabalho progressista, ancorado em avaliações processuais e contínuas, pode ser automaticamente anulado se, no final do ano, as crianças forem submetidas a comparações de padrões preestabelecidos de aprendizagem e forem rotuladas como “inteligentes”, “aptos” ou “com dificuldade”.

Publicado
28-08-2019
Seção
Campus Erechim - Projetos de Ensino