AS CIÊNCIAS SOCIAIS NA ERA DO BIG DATA
Resumo
O conceito de Big Data tem causado uma euforia entre gestores públicos e privados, bem como entre os pesquisadores da nova era. O presente artigo tem como fim, por meio de uma experiência de pesquisa, proporcionar uma reavaliação dos parâmetros das visualizações de fenômenos sociais por essa nova lente. A base de abordagem dessa problemática é a diferenciação entre as metodologias de pesquisas das Ciências Naturais e das Ciências Sociais. O fim precípuo, portanto, é tentar afastar o “mito” do fim das teorias que tem sido propagado devido a capacidade de armazenamento e processamento de dados no tempo presente e seu avanço pelo devir. A fé na capacidade de uso do Big Data, seja nas corporações como Google ou nos governos, traz à tona, de forma repaginada, um antigo problema enfrentado no século XX por Wilfred Sellars: o “Mito do Dado”[1]. Fazendo um exercício mental, o autor supracitado tenta imaginar um tipo de conhecimento que seja: não-inferencial e que possa de per si ser o fundamento basilar de qualquer afirmação factual sobre o mundo (o conhecimento observacional manifesto defendido pelo empirismo tradicional). Tal conceito, esbarrando na autoridade e percepção de autoridade capazes de dar credibilidade a si, acaba sendo mostrado como vazio de sentido. A conclusão aponta para o conhecimento, resultante da racionalidade humana, como fruto de um processo social cooperativo. Não basta a simples observação de padrões. A concepção kantiana de que “intuições sem conceitos são cegas” é ratificada.
Palavras-chave: Dados, empirismo, teoria social.
[1] Originalmente Myth of Given, posto que o autor dialogava com os empiristas tradicionais que levavam a última consequência a máxima de que se poderia criar um conhecimento não-inferencial apenas das sensações. Hoje em dia esse “mito” é chamado entre pesquisadores como Kenneth Benoit, pesquisador vinculado à London School of Economics, de Myth of Data (Mito do Data).
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