DISCALCULIA

O QUE DIZEM OS ESTUDOS BRASILEIROS SOBRE O TEMA

  • Djaina Sibiani Rieger Universidade Federal da Fronteira Sul/ Campus Chape´có
  • Ana Cláudia Hoppe
  • Denise Schwendler
  • Jardel Lansing
  • Alessandra Maestri
  • Marisol Vieira Melo
  • Bruna Larissa Cecco

Resumo

O processo de ensino e aprendizagem da Matemática transpassa diversos contextos, entre eles sociais, culturais, econômicos e políticos. A preocupação de abranger todas estas questões motiva, entre outros, pesquisas na área da Educação Matemática Inclusiva. Com o objetivo de investigar sobre esta temática, o Grupo de Estudos e Pesquisas com Professores que Ensinam Matemática (GEPREM)[1], que tem desenvolvido estudos sobre Educação Especial na perspectiva da Educação Matemática, realizou um levantamento de dissertações e teses do período de 2007-2017 que tratavam sobre o tema que envolvesse Educação Matemática e Educação Especial, na perspectiva da educação inclusiva, de modo a conhecer e se apropriar dessa temática emergente e relevante nos dias atuais, realidade na Educação Básica e no Ensino Superior. O estudo foi baseado no banco de teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior (CAPES) e do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) e foram encontrados 240 trabalhos selecionados através dos termos matemática e deficiência, que envolvem as deficiências, destacando-se: visual, auditiva, intelectual e o transtorno de déficit de atenção. Dentre esses, apenas cinco trabalhos abordavam o transtorno em aprendizagem matemática, a Discalculia. Esses trabalhos configuram-se apenas como dissertações, são recentes e foram produzidos apenas nos últimos dois anos, a saber: Leandro Tenório do Nascimento (Uninove, 2016), Mônica Aparecida da Silva (UFFRJ, 2016),  Lanuzia Almeida Brum Ávila (PUCRS, 2017), Ana Lúcia Purper Thiele (PUCRS, 2017) e José Marcelo Guimarães Villar (UFJF, 2017). Esse trabalho, de natureza bibliográfica, partiu da leitura das dissertações, sendo elaborado um fichamento geral, observando aspectos comuns e particulares entre eles. Verificou-se que, ao abordar o assunto Discalculia, existe uma dispersão entre os termos transtorno e distúrbio; e ainda dificuldade. Além disso, destacou-se que, dos cinco trabalhos, apenas Thiele ateve sua pesquisa na formação continuada de professores e os demais contemplam mais especificamente sobre a situação de alunos com diagnóstico ou possibilidade de Discalculia. E, assim, procuram reconhecer características relevantes em alunos do Ensino Básico e compreender suas condições através do histórico escolar e de pesquisas com pessoas próximas e, também realizam intervenções, envolvendo atividades lúdicas, evidenciando a contribuição destas ações para a aprendizagem do aluno. Portanto, esse trabalho mostrou que a Discalculia é um transtorno de aprendizagem em Matemática, e que há no momento poucos estudos aprofundados nessa área, sendo fundamental o desenvolvimento de novas pesquisas a fim de melhor esclarecer o assunto. Os estudos enfatizam a falta de preparação de professores frente a realidade de sala de aula com alunos que possuem características específicas de aprendizagem, dificuldades ou transtornos, sendo assim imprescindível um investimento em formação continuada de professores.

 

[1] Site do grupo: dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/2472966759490974

Publicado
02-09-2019
Seção
Campus Chapecó - Projetos de Pesquisa