PRÁTICAS DOCENTES PARA O ENSINO DOS CONHECIMENTOS LINGUÍSTICOS NOS ANOS INICIAIS

  • Aline Pansera Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Jessica Aparecida Lima Zanotto
  • Franciele Correia Borges

Resumo

O presente estudo apresenta uma reflexão acerca do ensino dos conhecimentos linguísticos nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Para tal, foi
realizada uma pesquisa de campo através de questionários aplicados a professoras do Alto Uruguai gaúcho, com o objetivo de analisar e observar as metodologias adotadas nas práticas de ensino dos conhecimentos linguísticos. O estudo buscou analisar a constituição da prática de ensino dos conhecimentos linguísticos em sala de aula, verificando as metodologias adotadas pelas entrevistadas, bem como elementos norteadores da prática pedagógica envolvendo a realidade da criança, enfatizando a consistência desse ensino para a aprendizagem. Os resultados obtidos na pesquisa apontam que parte dos professores utiliza métodos tradicionais de ensino de língua materna, ainda que, em suas respostas, afirmem buscar, de forma contextualizada, considerar a diversidade de culturas, as realidades inseridas dentro da sala de aula e, com isso, proporcionar conhecimentos que façam sentido à criança. Além disso, percebe-se um envolvimento de cunho teórico com Vigotsky, Emília Ferreiro, Piaget, entre outros. Já em relação a correções, percebe-se que são pensadas possibilidades para que a criança seja respeitada, que seus conhecimentos sejam reconhecidos, revelando uma tentativa de que a prática da correção não produza sentimentos negativos às crianças, mas as levem à reflexão. Desse modo, com base nos estudos de Possenti (1996), Antunes (2003), Ferreiro (1999), torna-se evidente a importância do professor trabalhar de forma
contextualizada, assumindo o papel de mediador do processo, trabalhando com situações concretas que tenham sentido ao uso da língua, trabalhando as diferenças, de modo que atenda a pluralidade presente em sala de aula, utilizando de metodologias que os levem à assimilação, e não à decoreba. Diante disso, uma abordagem que respeite os direitos da aprendizagem das crianças considera este como um indivíduo que possui conhecimentos advindos da cultura e do contexto social em que estão inseridos e busca, assim, introduzir novos conhecimentos a partir das hipóteses das crianças. Ao realizar uma abordagem sobre os conhecimentos linguísticos, faz-se necessário trazer seus usos reais, pois, a partir
do momento que a criança aprende a falar, ela já utiliza de regras que a gramática padrão impõe à língua. Conclui-se, então, que é necessário trabalhar de maneira a possibilitar o desenvolvimento integral da criança, como um sujeito crítico, participativo, que reconheça as vivências e os conhecimentos aprendidos em sala de aula no seu cotidiano.

Publicado
28-08-2019
Seção
Campus Erechim - Projetos de Ensino