O EMPODERAMENTO DA JUVENTUDE DA AGRICULTURA FAMILIAR POR MEIO DA A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

GESTÃO DAS PROPRIEDADES RURAIS E A PERMANECIA NO CAMPO

  • Everton Gabriel Bortoletti Unochapecó/UFFS
  • Myriam Aldana Vargas Santin
  • Laise Ziger

Resumo

A juventude da agricultura familiar tem assumido papel de destaque na transferência de novas tecnologias para o campo e a adoções de alternativas as propriedades que vão além da agricultura convencional. Contudo, essa categoria social encontra diversas barreiras para permanecer no campo, as quais estendem-se desde as relações familiares, ainda centradas na figura paterna como sendo o único tomador de decisões, até a falta de infraestrutura no campo e políticas públicas adequadas ao contexto desses sujeitos. Diante disso, esses jovens encontram na universidade uma forma de empoderar-se para uma atuação mais ativa na gestão das propriedades rurais onde residem, haja vista que, há construção de novos conhecimentos emancipatórios na interação entre os sujeitos e a instituição. Este processo, propiciado especialmente pela extensão universitária, pode ser decisivo na opção por permanecer no campo ou migrar para as cidades, bem como na superação das barreiras que precarizam a participação da juventude na gestão das propriedades. Isto posto, o escrito em tela, objetiva evidenciar como a participação no projeto de extensão universitária: Jovens Semeando Terra Solidária, desenvolvido na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), caracterizou-se como um espaço de empoderamento da juventude da agricultura familiar para o avanço no processo de reestruturação das estruturas hierárquicas predominantemente patriarcais e a permanência no campo. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa, mediante levantamento bibliográfico, documental e a realização de entrevistas semiestruturadas com 12 jovens da agricultura familiar, participantes desse projeto. Como resultados, identificou-se que os conhecimentos produzidos no decorrer desse processo formativo, empoderou os sujeitos para iniciar um processo onde as relações familiares foram colocadas em cenário para que o diálogo entre pais e filhos fosse ampliado. Assim, essa abertura de campo para diálogo proporcionou o avanço na autonomia dos filhos nos processos decisórios, o que permitiu que os conhecimentos adquiridos impactassem as propriedades, suas localidades e se manifestassem como aspecto importante na escolha por permanecer (ou não) no campo.

Publicado
02-10-2019
Seção
Campus Chapecó - Comunidade Regional