ASSÉDIO MORAL NO SETOR PÚBLICO

UM ESTUDO COM MULHERES QUE ATUAM EM CHAPECÓ/SC

Autores

  • Karine Casarotto UFFS
  • Kelly Cristina Benetti Tonani Tosta

Resumo

Com o passar dos anos e pela contribuição do movimento de mulheres e feministas as mulheres estão cada vez mais presentes no mercado de trabalho. Entretanto, no Brasil ainda há traços patriarcais na sociedade. Devido a isso, elas podem deparar-se com obstáculos nos ambientes organizacionais. Cada tipo de organização possui características específicas, sendo que, as organizações públicas são conhecidas pela burocracia, supervalorização das relações de poder e hierárquicas. Assim, violências como o assédio moral podem ocorrer com as mulheres nesse ambiente, que ocorre de forma intencional e repetida podendo causar danos físicos psicológicos. O objetivo geral desta pesquisa foi analisar a ocorrência de assédio moral no ambiente organizacional com as mulheres que atuam no setor público em Chapecó/Santa Catarina. A metodologia estruturou-se em duas fases da pesquisa: a primeira, se refere à pesquisa quantitativa e a segunda à pesquisa qualitativa, classificando-se como uma pesquisa aplicada e descritiva, os métodos de pesquisa foram de campo e bibliográfica. Na primeira fase a coleta de dados ocorreu com aplicação de questionário via Google Docs, com a obtenção de 100 respostas. Na segunda fase foram realizadas entrevistas semiestruturadas com três mulheres, uma de cada esfera do setor público. Os dados obtidos na primeira fase do estudo foram analisados por abordagem quantitativa e os coletados na segunda fase foram analisados pelo método de análise de conteúdo. Constatou-se que das 100 mulheres respondentes, 59% delas e as três entrevistadas são ou já foram vítimas de assédio moral. A Escala de Percepção de Assédio Moral no Trabalho, indicou que ele é pouco frequente, a média obtida enquadra-se nas frequências “menos de 1 vez ao mês” e “ao menos 1 vez ao mês”. Das que são ou já foram vítimas, 91,5% acreditam que o assédio moral no setor público é comum. Em 66,1% dos casos os agressores são “chefias/superiores”, em 59,3% é praticado por homens. A Escala de Impacto Afetivo demonstrou que existe impacto afetivo médio e 84,7% declararam já terem tido problemas de saúde. Em relação à desigualdade de gênero, 74% da totalidade de respondentes (100) afirmaram que já vivenciaram situações negativas no setor público por ser mulher. Das mulheres vítimas 91,5% afirmaram que a desigualdade de gênero é comum nas organizações públicas. Ademais, 81,4% delas acredita possuir as mesmas condições de trabalho que os colegas do gênero masculino, sobre as condições de educação em relação ao gênero masculino, 91,5% acredita possuir as mesmas condições. Todavia, 50,8% acredita não possuir as mesmas condições de crescimento profissional que seus colegas do gênero masculino. Para 94,9% das vítimas é importante que as organizações públicas adotem práticas para combater a desigualdade de gênero e o assédio moral. No entanto, 67,8% delas afirmou que não identifica nenhuma ação na organização onde atuam. Por fim, as vítimas sugeriram práticas que as organizações poderiam adotar. A partir dos resultados obtidos, notou-se que o assédio moral ocorre com as mulheres nas organizações públicas no município de Chapecó/Santa Catarina, diante disso, há a necessidade de que as organizações realizem ações que auxiliem o seu combate. 

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Publicado

28-08-2019

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Pesquisa