O PROGRAMA BANCO DE TALENTOS COMO ESPAÇO DE LEGITIMAÇÃO DOS MOVIMENTOS ARTÍSTICO-CULTURAIS PRESENTES NA UFFS

  • Everton Gabriel Bortoletti Unochapecó/UFFS
  • Marlei Dambros
  • Eliane Vilma Simon Sinigoski
  • Laise Ziger

Resumo

A UFFS, por tratar-se da materialização dos anseios regionais, sendo resultado da luta dos movimentos sociais, possuí em sua essência uma riqueza de expressões artísticas e culturais que precisam encontrar nela um espaço para convergência e fruição de arte e cultura. Outro aspecto passível de ser ressaltado são as políticas de acesso desta instituição. O ingresso é materializado pelo Sistema Unificado de Seleção (SISU) e por políticas específicas como o Programa de Acesso e permanência dos Povos Indígenas (PIN) e Programa de Acesso à Educação Superior da UFFS para Estudantes Haitianos (PROHAITI), dentre outros, e, diante disso, a composição de sua comunidade acadêmica contempla sujeitos de uma diversidade de localidades e regiões que trazem consigo suas expressões culturais, enriquecendo a vivência nos espaços universitários e diversificando a matriz cultural da mesorregião de abrangência da instituição. Dessa forma, o presente programa estruturou-se visando ampliar a visibilidade aos artistas que estão além dos projetos aprovados nos Editais do Bolsa Cultura, expandindo os espaços para participação dos diversos agentes e movimentos culturais presentes nesses espaços, bem como outras ações culturais de características múltiplas. Como aspecto metodológico, utilizou-se a criação de um cadastro digital no site institucional, divulgação por meio das redes sociais oficiais e a realização de oficinas de capacitação. Assim, sublinha-se que um mapeamento inicial para a composição do Programa Banco de Talentos foi executado no ano de 2016 pela Diretoria de arte e cultura da UFFS e permanece ativo, no qual faz-se possível a visualização do panorama de artistas presentes na comunidade acadêmica, que encontram-se fora dos projetos com fomento, bem como, a ampla necessidade da estruturação de um programa direcionado a esses sujeitos. Nesse ínterim, destaca-se que foram mapeados desde a criação do programa, 140 artistas solo e 21 grupos, com perfil composto de discentes (83,3%), Técnicos Administrativos em Educação (10%), docentes (5,6%) e Estagiários (1,1%), classificados nas diversas linguagens artístico-culturais presentes na Política de Cultura da UFFS, quais sejam: Música (38,5%), Literatura (11,5%), Artes Plásticas (15,4%), Dança (7,7%), Artes Cênicas (6,7%) e Audiovisual (20,2%), sendo que, o Campus Chapecó possuí o maior número de artistas cadastrados (38,5%), seguido por Erechim (13,5%), Cerro Largo (12,5%), Laranjeiras do Sul (9,8%), Passo Fundo (4,8%) e Realeza (21,2%). Diante do exposto, conclui-se que os recursos e espaços destinados a fruição de arte e cultura na UFFS, são insuficientes para dar conta da demanda apresentada pelo programa, o que torna perceptível a necessidade da criação novos de espaços e principalmente a ampliação do fomento para acesso e fruição destas manifestações culturais, dando visibilidades a esses artistas e grupos que atualmente encontram-se no âmbito universitário, porém permanecem ocultos/invisíveis as políticas públicas culturais institucionais e tem suas vozes abafadas pelas estruturas burocráticas estabelecidas e o incentivo insuficiente por parte da instituição, a possibilidade de expressarem-se por meio de sua arte e cultura.

Publicado
22-08-2019
Seção
Campus Chapecó - Projetos de Extensão e Cultura