IDENTIDADE DE GÊNERO, ORIENTAÇÃO SEXUAL, COMUNIDADE LGBTQIA+ E PESSOAS TRANS:

O QUE PENSAM E COMO AGEM DISCENTES UNIVERSITÁRIOS(AS) DA ÁREA DA SAÚDE?

  • Sofia Belfort Bomfim Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Claudio Claudino da Silva Filho

Resumo

A população LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros, Queer, Intersexuais, Assexuais, e demais gêneros fluidos e não-binários), apesar de ter conquistado maior reconhecimento e espaço, principalmente através dos movimentos sociais, ainda é, por vezes, invisibilizada, carregando consigo o peso da discriminação e do preconceito. Quando se trata de sua conquista por direitos, a Política Nacional de Saúde LGBT, de 2011, configura um grande avanço nesse sentido. No entanto, apesar da previsão legal para implementação dessa política, ainda há uma grande lacuna no que diz respeito ao efetivo acesso à saúde e acolhimento dessa comunidade, em especial, das pessoas trans. Como o atendimento dos profissionais de saúde tem grande influência nesses aspectos, é importante que se compreenda de que maneira a construção do itinerário acadêmico dos cursos da área interfere em sua atuação, moldando os discentes para suas respectivas carreiras. Nesse sentido, a pesquisa pretende compreender as representações sociais, saberes e práticas de discentes universitários(as) dos cursos da área de saúde relativos à identidade de gênero, orientação sexual, e à comunidade LGBTQIA+, com ênfase para pessoas trans, dando enfoque para os saberes no imaginário do senso comum. Para tanto, será realizada uma pesquisa descritiva, exploratória, em uma abordagem qualitativa, que utilizará como eixo teórico a Teoria das Representações Sociais. O cenário do estudo será a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), mais especificamente, quatro cursos da área de saúde: Medicina do campus de Passo Fundo, Medicina do campus de Chapecó, Enfermagem do Campus de Chapecó e Nutrição do Campus de Realeza. Participarão do estudo discentes universitários(as) vinculados(as) aos cursos supramencionados, estimando-se o número de 20 participantes, cinco por curso. Como técnica de coleta de dados, serão realizadas entrevistas acompanhadas por formulário semiestruturado, que serão gravadas, transcritas e caracterizadas estatisticamente. Já a análise dos dados qualitativos será realizada através do referencial metodológico da Análise de Conteúdo de Bardin, na modalidade Análise Categorial Temática. Desse modo, acredita-se que o estudo viabilizará a compreensão dos aspectos que dificultam e os que facilitam a inserção de temas como identidade de gênero, orientação sexual, comunidade LGBTQIA+ e pessoas trans na matriz curricular de profissionais de saúde. Assim, pretende-se, sob a ótica dos estudantes universitários dos cursos da área da saúde, incentivar tais modificações para permitir a aproximação dos discentes com a comunidade LGBTQIA+, contribuindo para a colocação em prática dos princípios da universalidade, equidade e integralidade, que pressupõe o Sistema Único de Saúde (SUS).

Publicado
28-08-2019
Seção
Campus Chapecó - Projetos de Pesquisa