PREVALÊNCIA DE DIAGNÓSTICO MÉDICO REFERIDO DE DEPRESSÃO DE ADULTOS E IDOSOS ATENDIDOS EM AMBULATÓRIO UNIVERSITÁRIO

  • João Gustavo Pereira Fernandes UFFS/PF
  • Ivana Loraine Lindemann
  • Gustavo Olszanski Acrani
  • Regina Inês Kunz
  • Marcelo Soares Fernandes

Resumo

A depressão é um transtorno mental frequente e crônico que está em ascensão no mundo. Ela é resultado de uma interação entre fatores biológicos, sociais, psicológicos e comportamentais que podem causar ao indivíduo um grande sofrimento e disfunção nas atividades do dia a dia, configurando uma crítica condição de saúde. Além disso, diversas barreiras são enfrentadas pelos indivíduos em tratamento, desde o estigma social até a falta de recursos e profissionais capacitados. Esse estudo objetivou descrever a frequência de depressão em pacientes adultos e idosos atendidos em ambulatório universitário, bem como, fazer a descrição das variáveis socioeconômicas da população estudada. Para isso, foi realizado um estudo transversal no Ambulatório da Universidade Federal da Fronteira Sul. Os dados foram coletados no mês de maio de 2019, por estudantes do Curso de Medicina, previamente treinados, por meio da aplicação de questionário a adultos e idosos que aguardavam atendimento médico no serviço. Após dupla digitação e validação, foi realizada estatística descritiva e verificada a distribuição da depressão de acordo com o sexo, idade, cor da pele, renda familiar, atividade remunerada, escolaridade, situação conjugal, tabagismo, consumo de bebida alcoólica e prática de atividade física. O protocolo do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFFS – Parecer nº 3.219.633. A amostra foi constituída de 60 pacientes, com predomínio do sexo feminino (63,3%), idade entre 20-59 anos (67,8%), cor de pele branca (75%), escolaridade entre 5-8 anos de estudo (33,3%), que exercem atividade remunerada (43,3%), renda familiar ≤2 salários mínimos (50%), com cônjuge (73,3%). Em relação aos hábitos de vida, 82,1% não eram tabagistas, 69% não consumiam bebida alcoólica e 52,5% não praticavam atividade física. Da amostra estudada, 33,3% referiram diagnóstico médico de depressão alguma vez na vida, sendo que, destes, 36,8% pensaram em pôr fim à vida e 25% estavam fazendo tratamento psicológico. Observou-se diferenças estatisticamente significativas na prevalência da depressão somente em relação a renda familiar (p<0,03).  Desta forma, dos que referiram diagnóstico de depressão, 48,3% apresentavam renda ≤2 salários mínimos. Na população estudada, a prevalência da depressão ficou acima do observado no cenário nacional, possivelmente, por ter sido realizada em um ambulatório especializado, ambiente que predispõe uma maior concentração da população com esse tipo de patologia.

Publicado
06-09-2019
Seção
Campus Passo Fundo - Projetos de Pesquisa