Buscando desconstruir estereótipos de gênero no espaço escolar

com vistas para uma sociedade menos desigual

  • Nayara Almeida Lima UFFS
  • Maycon Mirachi Gabriel

Resumo

A escola compreendida enquanto um subespaço geográfico manifesta-se como expressão das relações estabelecidas entre os sujeitos que a compõe. Com efeito, as relações de gênero que perpassam a sociedade são reproduzidas no espaço escolar, com os estereótipos do feminino e do masculino marcando a formação das crianças e, consequentemente, criando separações e suscitando desigualdades. Nesse sentido, o movimento feminista, assim como outros segmentos da sociedade, vem travando uma luta para que tais discussões sejam incluídas nos currículos escolares, a fim de desnaturalizar os lugares atribuídos aos diferentes corpos na sociedade. Em vista disso, admite-se que é preciso direcionar o nosso olhar de educador/a às práticas pedagógicas, para que os modelos perpetuados por outras instituições sociais não sejam refletidos no processo de formação das crianças no âmbito escolar, tampouco influenciem negativamente em seu desenvolvimento enquanto seres humanos. Dentro dessa perspectiva, foi através do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), pelo Subprojeto de Geografia, que realizamos uma intervenção com o Ensino Fundamental II de uma das escolas públicas atendidas pelo programa no município de Erechim. Na oportunidade, conduzimos de forma lúdica uma oficina geográfica, de modo que buscou-se trabalhar o conceito de gênero a partir da figura do corpo enquanto um espaço social e culturalmente construído, para com isso identificar juntamente às/aos estudantes quais características são comumente atribuídas à “meninas” ou a “meninos” e o porquê tais atribuições contribuem para um futuro desigual na perspectiva de gênero. Com a mencionada prática, pudemos constatar que, apesar de a escola – por não estar isolada da sociedade – despontar como potencial (re)produtora de desigualdades sociais, dentre elas a de gênero, mostra-se também como espaço capaz de promover um futuro igualitário levando em consideração seu caráter formativo. Ademais, enxergamos nas ações como a relatada, um possível caminho para tanto.

Publicado
28-08-2019
Seção
Campus Erechim - Projetos de Ensino