COMPORTAMENTO SUICIDA EM ADULTOS E IDOSOS ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE SAÚDE

  • Elisandra Meurer Fang UFFS-PF
  • Renata Aguilhera Aguiar UFFS-PF
  • Krisla da Rosa Martins
  • Gustavo Olszanski Acrani UFFS-PF
  • Regina Inês Kunz UFFS-PF
  • Rogério Tomasi Riffel UFFS-PF
  • Ivana Loraine Lindemann UFFS-PF

Resumo

O suicídio é um fenômeno social com grande impacto na saúde pública, afetando além do indivíduo, os sobreviventes. Estima-se que de 6 a 10 pessoas sejam afetadas diretamente pela perda, com prejuízos emocionais, sociais ou econômicos, sendo que a identificação do comportamento suicida configura o principal eixo de prevenção. Por isso, este estudo buscou caracterizar uma amostra de adultos e idosos atendidos no Ambulatório da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e verificar a prevalência do comportamento suicida. Trata-se de uma pesquisa transversal cujos dados foram coletados no mês de maio de 2019, por estudantes do Curso de Medicina, previamente treinados, por meio da aplicação de questionário a usuários que aguardavam atendimento médico no serviço. Após dupla digitação e validação, foi realizada estatística descritiva. O protocolo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFFS – Parecer nº 3.219.633.  A amostra foi constituída de 60 indivíduos, predominantemente do sexo feminino (63,3%), entre 20 e 59 anos (67,8%), brancos (75%), com cônjuge (73,3%) e sem atividade remunerada (56,7%). Referente aos hábitos de vida, 82,1% não eram tabagistas, 69% não consumiam bebidas alcoólicas e 52,5% praticavam atividade física. Dos 60 entrevistados, 17,2% em algum momento pensaram em pôr fim a própria vida, destes, 60% traçaram um plano, dos quais, 50% chegaram a tentar o suicídio. O comportamento suicida vem ganhando impulso em termos numéricos e, principalmente, de impacto. Os registros oficiais sobre tentativas de suicídio são mais escassos do que os de suicídio. Um dos motivos é o despreparo dos profissionais no que diz respeito a identificar os fatores de risco associados ao suicídio, saber quais são as possíveis intervenções em cada nível de atenção à saúde e notificação correta nos sistemas de informação. Para que seja possível a identificação do risco, é imprescindível, não somente a criação de instrumentos específicos que auxiliem em um diagnóstico mais assertivo de ideações e tentativas suicidas, mas também a identificação de fatores de risco, assim como, os de proteção, facilitando as ações preventivas. A gravidade do impacto psicológico e social causados pelo ato ou pela tentativa de suicídio evidencia a necessidade de estudos que permitam aos profissionais de saúde identificar previamente a existência do risco de suicídio nos indivíduos.

Publicado
06-09-2019
Seção
Campus Passo Fundo - Projetos de Pesquisa