PERFIL HEMATOLÓGICO DE FELINOS COM INCLUSÕES ERITROCITÁRIAS SUGESTIVAS DE MICOPLASMOSE

  • Beatriz de Freitas Rodrigues UFFS
  • Fabiana Rankrape
  • Bianca de Fátima Dallo
  • Eloize de Souza
  • Ana Letícia Rodrigues Marques
  • Adriana Gressele
  • Roseli Cordeiro da Silva
  • Ana Júlia Pereira de Melo
  • Jucemara Madel de Medeiros
  • Maria Izabel Vilvert da Silva
  • Thainá Simões Giordani
  • Fernanda Bernardo Cripa
  • Luciana Pereira Machado

Resumo

A micoplasmose felina, conhecida como anemia infecciosa felina, é causada pelo agente do gênero Mycoplasma spp. Os sinais clínicos comumente observados são: palidez de mucosa, hiperestesia, apatia, perda de peso, anorexia e dores articulares. No hemograma, pode ser identificada anemia macrocítica hipocrômica, além de anisocitose e policromasia, presença de corpúsculos de Howell-Jolly e metarrubrícitos, que são sinais de regeneração medular em decorrência da anemia hemolítica. A bactéria pode ser observada em lâmina, mas como é uma estrutura pequena, de difícil definição, o diagnóstico é sugestivo e deve ser confirmado por técnicas moleculares ou sorológicas. Foram analisados os resultados dos hemogramas de felinos atendidos na Superintendência Hospitalar Veterinária Universitária (SHUVU) da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Realeza-PR, de janeiro de 2015 a maio de 2019. Os resultados foram tabulados em planilha do LibreOffice Calc. Dos 84 animais com visualização de estruturas em lâmina sugestivas de Mycoplasma spp. , apenas 7 (6 machos e uma fêmea) tiveram essa doença como suspeit a clínica no atendimento, nesses a idade média foi de 2,3 anos (1; 3 anos). Os animais sem suspeita clínica eram 28 machos e 48 fêmeas, a idade média foi de 6,2 anos (1;16 anos). Dos animais avaliados, apenas 40 possuíam o hemograma completo por motivos diversos, como fibrina na amostra. De acordo com os valores de referência apenas nove felinos apresentam anemia (9/40), sendo que seis possuíam anemia normocítica normocrômica, dois anemia macrocítica normocrômica e um anemia macrocítica hipocrômica. Na avaliação da morfologia eritróide foram observados corpúsculos de Howell-Jolly (5/9), anisocitose e policromasia moderada (4/9) ou discreta (1/9). Nos animais não anêmicos a maioria apresentou algum sinal de resposta medular, predominando o achado de corpúsculos de Howell-Jolly (28/31), presença de metarrubrícitos (9/31), anisocitose e policromasia discreta (15/31) e moderada (2/31). Em relação ao leucograma, nos felinos com anemia, predominou a linfopenia (7/9), neutrofilia (5/9), eosinopenia (5/9) e monocitose (4/9) e nos sem anemia predominou a linfopenia (19/31), leucocitose (10/31), neutrofilia (8/31), eosinofilia (6/31), eosinopenia (6/31) e monocitose (6/31). Trombocitopenia foi mais frequente nos animais anêmicos (5/9) em relação aos não anêmicos (19/31). Hiperproteinemia ocorreu maior frequência nos anêmicos (3/9), em relação aos não anêmicos (3/31). Foi observado plasma ictérico em animais anêmicos (2/9) e não anêmicos (1/31). Foi possível observar que a doença foi predominante em fêmeas e em animais com idade igual ou superior a um ano. A anemia não foi um sinal frequente, porém a presença de sinais de resposta medular nos animais não anêmicos sugerem presença de hemólise. A trombocitopenia foi uma alteração frequente, assim como a linfopenia, neutrofilia, eosinopenia e monocitose foram as principais alterações leucocitárias. Destaca-se a importância de um exame clínico aliado aos exames hematológicos para detecção precoce e tratamento dos animais, pois o hemograma foi imprescindível na sugestão do diagnóstico da doença em 83% dos animais atendidos, já que apenas 7% tinham como suspeita clínica a Micoplasmose.

Publicado
10-09-2019
Seção
Campus Realeza - Projetos de Extensão e Cultura