CORPOCIDADE COMO EXPERIÊNCIA PERFORMÁTICA

NÃO LUGARES EM TRANSFORMAÇÃO

  • Vinicios Nalin Unochapecó
  • André Luis Carrilho
  • Paula Batistello

Resumo

Este trabalho apresenta uma pesquisa que aborda a performance do corpo sobre os espaços urbanos, realizada em um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) finalizado em 2018 na Universidade Comunitária da Região de Chapecó. Esta temática possibilita inúmeros desdobramentos, entretanto, é adentrado em uma visão das experiências do corpo na cidade, mais especificamente em observar como a cidade é vivida. O desenvolvimento da pesquisa partiu das incomodações diante das cidades e da desaproximação das pessoas com o espaço público e suas centralidades. Seguindo uma abordagem qualitativa, onde primeiramente foi realizada a investigação por meio de pesquisa monográfica e de campo, fundamentou-se o estudo através de bibliografias, sequenciando para o mapeamento fotográfico e espacial, onde foram realizados: (i) análise da cidade de forma espaço corpográfica; (ii) mapeamento fotográfico da área de intervenção; (iii) delimitação da área de intervenção por um contexto genérico – posteriormente classificados em grupos de intervenção. Diante dessa metodologia, foram identificadas áreas potenciais para intervenção, considerando em especial uma diversidade ocupacional mais característica e uma descentralização de núcleos já formados. Desta maneira, em vista à aproximação do corpo com a cidade, foram observadas as formas de apropriações, as corpografias sobre os mesmos, onde pôde-se inspirar a criação de intervenções, de forma que atendessem as experiências e dessem novas perspectivas de apropriação criando assim, novas centralidades pela cidade. O trabalho realizado possibilitou a compreensão do espaço urbano e da sua efemeridade com relação aos corpos, sendo possível observar a cidade como um mecanismo vivo e receptor. Estudar a performance do corpo sobre os espaços urbanos possibilita a compreensão das mais variadas escalas da cidade, permitindo a homogeneização da arquitetura e do urbanismo e as experiências de vivência na cidade. Nesse processo foi identificada e elaborada uma metodologia evolutiva para sequenciar o estudo. Tal metodologia fomenta inicialmente a interpretação dos espaços urbanos pela leitura e análise das condições e ocupações que o mesmo apresenta, possibilitando posteriormente a materialização, produção e execução da proposta. Diante dessa metodologia, destacam-se rupturas temporais que fazem parte da existência do estudo, uma vez que nele todo o processo chega a um fim e tende a ter um novo início, fazendo assim novas interpretações e sequenciando em sua temporariedade. Essa observação pode ser observada nas formas de apropriação dos corpos perante a cidade, em intervenções artísticas e ocupações já existentes, sejam essas temporárias ou permanentes. O corpo passa a se fazer presente na ocupação dos não lugares, tornando-os assim espaços vivos pela cidade e possibilitando a sua experienciação como lugares.

Publicado
02-10-2019
Seção
Campus Chapecó - Comunidade Regional