A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO COMUNITÁRIO NO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA

RELATO DE EXPERIÊNCIA DA VIVENCIA ACADÊMICA EM SAÚDE COLETIVA II

Resumo

A semana de vivência promovida pelo componente curricular de Saúde Coletiva II tem como pilar a aproximação do acadêmico do curso de medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul por meio da vivência teórico-prática, no âmbito da Atenção Primária em Saúde e Centro de Saúde da Família (CSF). O trabalho tem como objetivo relatar as experiências práticas dos discentes de medicina no CSF Jardim América, apresentando como cerne o diagnóstico comunitário e a territorialização. Os alunos foram inseridos no projeto de reterritorialização das microáreas do CSF, coincidindo com a demanda da unidade, de forma a apresentar como justificativa o processo de diagnóstico comunitário e territorialização, que auxiliam para implementação de práticas mais concretas no contexto de vigilância em saúde. Para isso, os alunos foram organizados em duplas, com o intuito de realizar o processo de territorialização externa acompanhados pelo agente comunitário de saúde, culminando com a produção de três mapas representativos de cada microárea. Para a elaboração dos mapas, consideraram-se as características físicas de cada uma das microáreas visitadas, por exemplo, o tipo de pavimentação, a estrutura das casas, acesso a serviços necessários (creches, pontos de ônibus, comércio, coleta de lixo e instituições de ensino), pontos de lazer, terrenos baldios, indústrias, empresas, entre outros. Por outro lado, foram analisados e registrados os marcadores de saúde prioritários das respectivas microáreas, tais como a existência de gestantes, crianças menores de dois anos, pessoas com condições especiais (problemas mentais e deficientes), hipertensos, diabéticos e famílias beneficiadas pelo programa Bolsa Família. A consideração desses fatores é de suma importância para identificar e reconhecer as especificidades entre as diferentes microáreas visitadas, possibilitando dessa forma um atendimento mais eficiente por meio de reconhecimento das condições de vida, situação de saúde da população, determinantes sociais locais, e da dinâmica cultural e social, abarcando, deste modo, um futuro diagnóstico comunitário no bairro Jardim América. O resultado da semana de vivências promoveu um bem físico que permanecerá e será usufruído pelos profissionais de saúde.  Posto que, analisar a evolução do Centro de Saúde da Família em um período tão breve, conhecer realidades tão distintas e afastadas através de um trabalho multiprofissional e ter acesso aos dados da região, contribuiu para a nossa formação como futuros profissionais críticos e humanitários como pregado nas novas diretrizes curriculares.