RELATO DA EXPERIÊNCIA DE PARTICIPAÇÃO NO XIV ESTÁGIO INTERDISCIPLINAR DE VIVÊNCIA/SANTA MARIA

  • Luana Garcia Machado Universidade Federal da Fronteira Sul-Campus Cerro Largo
  • Antônio Inácio Andrioli UFFS

Resumo

Resumo: O presente trabalho tem por objetivo relatar a experiência participação da autora, estudante de graduação em Agronomia da Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Cerro Largo/RS, no XIV Estágio Interdisciplinar de Vivência – EIV Santa Maria/RS, ocorrido em 2017. A iniciativa de realização dos EIV’s teve início na década de 1980, protagonizada pela Federação de Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB) em conjunto com outras Executivas de Cursos e Movimentos Sociais do Campo. Os Estágios tinham por objetivo ser uma alternativa à formação acadêmica dos cursos das ciências agrárias nas universidades brasileiras. O EIV passou a ser realizado pelo país, conquistando reconhecimento internacional através da premiação pela iniciativa de destaque da juventude latino-americana concedida pela UNESCO em 1992. Os EIV’s acontecem nos assentamentos rurais da Reforma Agrária, em comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas. As atividades dividem-se em três etapas: preparação, vivência e avaliação. A preparação ocorre em local físico destinado ao estudo e convivência entre os estagiários, compreendendo um período de sete dias. A vivência tem como intuito possibilitar o contato com a realidade rural, por isso nessa etapa ocorre a experiência de imersão do estagiário em propriedades rurais pelo período de sete dias. A avaliação e conclusão é caracterizada pelo retorno dos estagiários ao local inicial de convivência, para em conjunto, socializarem e refletirem sobre as experiências do período de vivência. O XIV EIV Santa Maria foi organizado pela FEAB, Associação Brasileira de Estudantes de Engenharia Ambiental (ABEEF), diretórios estudantis da UFSM e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), com intuito de fomentar espaços de debates sobre a  formação profissional, políticas agrárias, êxodo rural, etc., contando com a participação de estudantes de diversas localidades do país. A primeira etapa do Estágio ocorreu no assentamento rural de Invernadinha, em Júlio de Castilhos/RS. Na segunda etapa, que compreende o período de vivência, a autora foi deslocada para município de Jóia/RS, onde teve a experiência de conviver com duas famílias, nas quais as atividades desenvolvidas eram a bovinocultura de leite, a apicultura, a olericultura, a agricultura voltada à subsistência e o grupo de mulheres. A partir da inserção da autora na realização dessas atividades, e portanto, no convívio diário das famílias, foi possível conhecer a história e o percurso que os levaram a serem assentados, tal como foi possível, também, observar de perto as condições de produção e o acesso à incentivos públicos. Ao final, a autora retornou ao local de convivência, para em conjunto com os demais estagiários, socializar as experiências vividas. Isso gerou um panorama da realidade de diversos assentamentos rurais do Rio Grande do Sul, o que reafirma a importância para a formação profissional e pessoal a participação no EIV. Portanto, o caráter interdisciplinar, atrelado à vivência e ao contato com a realidade agrária brasileira, faz do EIV um importante método de construção do conhecimento coletivo sobre o contexto rural no país, que deve ser incentivado e apropriado pelos estudantes dos cursos de agrárias, pois apesenta potencial para ser muito mais do que apenas uma formação complementar.

Publicado
02-10-2019
Seção
Campus Cerro Largo - Projetos de Extensão e Cultura