ANESTESIA INTRAVENOSA EM EQUINO A CAMPO

RELATO DE CASO

Autores

  • Alessandra Kozelinski Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Daniela Hemsing Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Bianca de Fátima Dallo Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Priscila Deotti Signor Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Thalia Festa Saldanha Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Lucas Signori Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Leticia Maria Santos Silva Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Jeisibel Menegat de França Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Gentil Ferreira Gonçalves Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Gabrielle Coelho Freitas Universidade Federal da Fronteira Sul

Resumo

A anestesia a campo em equinos possibilita a realização de vários procedimentos cirúrgicos menos invasivos, que podem ser realizados com segurança e qualidade. Para um procedimento anestésico adequado, necessita-se de sedação eficiente, indução sem ocorrência de estresse, manutenção com estabilidade dos parâmetros fisiológicos e recuperação tranquila, evitando possíveis acidentes. Para isso, o anestesista deve utilizar várias técnicas anestésicas. Uma dessas técnicas é a anestesia total intravenosa (Total intravenous anesthesia - TIVA) pelo método triple drip, em que são administradas infusões contínuas de fármacos de diferentes grupos, podendo ser miorrelaxantes centrais, anestésicos gerais, dissociativos, opioides e sedativos. O objetivo deste trabalho é relatar a anestesia realizada a campo por triple drip em um equino submetido a biopsia cutânea. Tratava-se de um animal da raça crioula, 10 anos de idade, macho, escore corporal 2,5/5, considerado ASA II após classificação do estado físico. A medicação pré-anestésica foi administrada por meio da associação via intravenosa de xilazina (0,8mg/kg) e acepromazina (0,05mg/kg). Posteriormente, foi realizada a indução anestésica, com associação de cetamina (3mg/kg) e midazolam (0,1mg/kg) por via intravenosa. A manutenção da anestesia também foi realizada por via intravenosa, com o protocolo triple drip, que consistiu na infusão contínua da associação de éter gliceril guaiacol (50mg/mL), cetamina (1mg/mL) e xilazina (3mg/mL), iniciando na velocidade de infusão de 2mL/kg/h, e ajustada conforme o plano anestésico. Também foi administrado enrofloxacina (5mg/kg, IM) e meloxicam (0,6mg/kg, IV). Foi monitorado frequência cardíaca, frequência respiratória, saturação de O2, temperatura corporal, pressão arterial média pelo método invasivo e plano anestésico. Os parâmetros fisiológicos monitorados mantiveram-se dentro da variação esperada para a espécie. A recuperação anestésica foi tranquila e de boa qualidade. A cetamina é o anestésico dissociativo utilizado com maior frequência na indução anestésica de equinos por apresentar boa margem de segurança e mínima depressão cardiorrespiratória. A associação com um benzodiazepínico proporcionou adequado miorrelaxamento, o que evita alguns efeitos indesejados da cetamina, como rigidez e espasmos musculares, movimentos involuntários e sudorese intensa. O uso da TIVA como modelo de manutenção anestésica em equinos é muito aplicado para uso a campo, onde não é possível a realização de anestesia inalatória, e os procedimentos cirúrgicos são de curta duração e pouco invasivos. As principais vantagens da TIVA são o baixo custo, manutenção adequada da função cardiorrespiratória, recuperação de boa qualidade em anestesias de curta duração (tempo inferior a 60 minutos) e ausência de poluição ambiental por fármacos.  O uso do protocolo triple drip que associa um agonista alfa 2 adrenérgico, cetamina e éter gliceril guaiacol apresenta mínima depressão cardiorrespiratória, inferior a provocada pela anestesia inalatória, recuperação de boa qualidade e de duração entre 30 e 60 minutos e também excelente relaxamento muscular e moderada analgesia. Essa técnica é contraindicada em procedimentos cuja duração ultrapasse os 90 minutos. A TIVA é uma técnica anestésica que mantém estabilidade cardiorrespiratórias e que pode ser empregadas com segurança em equinos submetidos a procedimentos à campo. Entretanto, o seu uso deve ser restrito em cirurgias com duração de até 60 minutos.

Biografia do Autor

  • Daniela Hemsing, Universidade Federal da Fronteira Sul

    Discente do curso de Medicina Veterinária, Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS. Campus Realeza. Bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET) Medicina Veterinária/Agricultura Familiar.

  • Bianca de Fátima Dallo, Universidade Federal da Fronteira Sul

    Discente do curso de Medicina Veterinária, Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS. Campus Realeza. Bolsista de Iniciação Científica da Fundação Araucária.

  • Priscila Deotti Signor, Universidade Federal da Fronteira Sul

    Priscila Deotti Signor. Acadêmica 10 fase, Medicina Veterinária - Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS. Campus Realeza-PR.

  • Thalia Festa Saldanha, Universidade Federal da Fronteira Sul

    Thalia Festa Saldanha. Acadêmica 10 fase, Medicina Veterinária - Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS. Campus Realeza-PR.

  • Lucas Signori, Universidade Federal da Fronteira Sul

    Acadêmico da 10° de Medicina Veterinária - Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS. Campus Realeza (PR). Bolsista Fundação Araucária.

  • Leticia Maria Santos Silva, Universidade Federal da Fronteira Sul

    Acadêmico da 10° de Medicina Veterinária - Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS. Campus Realeza (PR). Bolsista PIBIC/Cnpq.

  • Jeisibel Menegat de França, Universidade Federal da Fronteira Sul

    Acadêmica 10° fase, Medicina Veterinária - Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS. Campus Realeza-PR

  • Gentil Ferreira Gonçalves, Universidade Federal da Fronteira Sul

    Professor Doutor do curso de Medicina Veterinária, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – campus Realeza.

  • Gabrielle Coelho Freitas, Universidade Federal da Fronteira Sul

    Professora Doutora do curso de Medicina Veterinária, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - campus Realeza.

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Publicado

10-09-2019

Edição

Seção

Campus Realeza - Projetos de Extensão e Cultura