PRINCIPAIS ASPECTOS DA LINGUAGEM EM PORTADORES DE TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

  • Cristina Caren Coghetto UFFS
  • Luana de Bem Giareta
  • Gabriela Rigon Martinazzo
  • Bruna Chaves Lopes
  • Athany Gutierres

Resumo

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que vem sendo estudada por pesquisadores desde os anos 40, quando Kanner e Asperger fizeram seus primeiros relatos. É caracterizado principalmente pela tríade de sintomas descritas nos manuais de diagnósticos (atual DSM-V), como isolamento social, distúrbio de comunicação verbal e não verbal, e repetição de movimentos e de fala, com início ainda na primeira infância. O presente trabalho objetiva descrever os principais desvios de linguagem apresentados pelos portadores de TEA, bem como suas dificuldades sociais frente a isso. Não há um sintoma específico no desenvolvimento da linguagem no autista; porém, o que se sabe é que o comprometimento no desenvolvimento linguístico é muito acentuado. A característica mais marcante no desenvolvimento da linguagem no autista é a multimodalidade de expressão comunicativa, podendo ocorrer desde o mutismo até formas combinadas de linguagem verbal e não verbal, que muitas vezes não constituem uma cadeia sonora lógica ao ouvinte. Dessa forma, o autista frequentemente é caracterizado como um indivíduo resistente à aquisição da fala, apresentando características dialógicas atípicas de um indivíduo sem o transtorno, como desvio de olhar e isolamento social. Além disso, outras características principais observadas na comunicação de portadores de Transtorno do Espectro Autista é a presença de ecolalia, escolha de palavras pouco usuais, discurso incoerente, crianças não responsivas a questionamentos e falta de comunicação eficaz. Um estudo realizado no ano de 2009 com 726 crianças autistas mostrou que destas, somente 159, ou seja, 22% da amostra total, apresentou linguagem vocal, sendo que apenas 40 crianças apresentaram linguagem verbal. Assim, o estudo observou que a maioria das crianças autistas utiliza a linguagem gestual para se comunicar, representando 72% dos que participaram da pesquisa. Intervenções precoces no transtorno do espectro autista têm se tornado uma prática cada vez mais frequente, visto que o diagnóstico tem sido feito cada vez mais cedo, a partir dos 18 meses de idade. A identificação tem sido feita basicamente por meio da observação de dificuldades particulares para interação social, como a falta de contato ocular e imitação motora. Ao ter o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista, muitas famílias se perguntam sobre a intervenção biopsicossocial mais efetiva para a criança ou o adulto em questão. Entretanto, não existe uma abordagem totalmente eficaz para todos os autistas e em todas as etapas da vida, sendo que cada abordagem deve ser feita de maneira individual e de acordo com a idade. Porém, o que se sabe é que quanto mais precoce forem o diagnóstico e as intervenções, melhor o prognóstico da pessoa que vive com esse tipo de transtorno, tanto no desenvolvimento social como no da linguagem.

Publicado
09-09-2019
Seção
Campus Passo Fundo - Projetos de Ensino