PROJETO RONDON

O PAPEL DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA (RE)CONSTRUÇÃO DO ACADÊMICO

  • Gabriela Menissa Pellenz Universidade Federal da Fronteira Sul-Campus Chapecó
  • Vitoria Pereira Sabino Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Eduardo Bello Rodrigues Universidade do Estado de Santa Catarina

Resumo

A vivência universitária é permeada por diversas experiências dentro e fora da academia. Para a consolidação dos conhecimentos científicos o processo de aprendizagem é baseado no tripé ensino, pesquisa e extensão universitária, sendo parte estruturante essencial do processo pedagógico na construção do futuro profissional. Neste contexto, o Núcleo Extensionista Rondon (NER-UDESC), da Universidade do Estado de Santa Catarina, foi instituído, para servir de subsídio de vivência extensionista de imersão durante a formação na graduação e pós-graduação, refletindo assim em futuros profissionais mais atentos e sensíveis às demandas das populações, uma vez que o núcleo possibilita a experiência de viver e trabalhar dentro de uma comunidade. Este resumo trata-se de um relato de experiência no Núcleo Extensionista Rondon, de acadêmicas do curso de Graduação em Enfermagem, da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. O NER, atuante desde 2010, em 2019 realizou a Operação Gilmar de Almeida Gomes, que ocorreu durante os dias 10 e 20 de julho. A região selecionada para as atividades são as integrantes da Associação de Municípios do Oeste de Santa Catarina (AMOSC), sendo que os participantes eram enviados para diferentes cidades. Ao chegar nos municípios, a equipe, juntamente com gestores e comunidade, desenvolvia um calendário de atividades e oficinas a serem realizadas durante a permanência na cidade, o que  permitiu a construção coletiva, unindo diferentes ideias e promovendo a troca de saberes, sempre atentando para as demandas da população. As dinâmicas eram realizadas nos três turnos, envolvendo um público diversificado, dentre os participantes encontravam-se crianças, adolescentes, professores, merendeiras, grupo de mulheres, grupo de idosos, até os próprios integrantes do NER. As temáticas também eram variadas, envolvendo temas como empreendedorismo na infância, comunicação não violenta, sexualidade, gravidez na adolescência, uso de drogas, tipos de violências, reaproveitamento integral dos alimentos, compostagem, atividade física, uso de plantas medicinais, alimentação saudável para hipertensos, autocuidado além de atividades de recreação. No início das oficinas era comum a frase “eles vieram aqui para nos ensinar sobre…”, porém durante a oficina a percepção mudava, uma vez que a troca de conhecimento era mútuo, todos haviam algo para agregar ao momento. O conhecimento popular e empírico são frutos de um contexto cultural, social, econômico e ambiental no qual o cidadão está inserido, e devem ser unificados com o conhecimento científico proporcionado pela Universidade, valorizando os saberes e fortalecendo diferentes culturas. A visão externa de um contexto onde determinado sujeito é inserido pode ser equivocada, quando ao acadêmico é possibilitado esta vivência em outra realidade, proporciona a expansão do olhar, tornando-o holístico, reflexivo e crítico. O preconceito sobre determinadas realidades faz com que se crie demandas em cima do sujeito, porém (re)conhecer as reais demandas do outro é um processo complexo que demanda limpar as lentes do julgamento. Sendo assim, compreende-se que realizar a extensão universitária é muito além de integrar comunidade e Universidade, mas é inserir-se no contexto do outro, (re)conhecendo-se, sensibilizando-se e fortalecendo a formação cidadã.

Biografia do Autor

Gabriela Menissa Pellenz, Universidade Federal da Fronteira Sul-Campus Chapecó

Acadêmica. Curso de Graduação em Enfermagem, Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó.

Vitoria Pereira Sabino, Universidade Federal da Fronteira Sul

Acadêmica. Curso de Graduação em Enfermagem, Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó.

Publicado
26-08-2019
Seção
Campus Chapecó - Projetos de Extensão e Cultura