CONSTRUÇÃO VISUAL DOS SUJEITOS DO CAMPO

  • Edemar José Baranek Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Laranjeiras do Sul

Resumo

As imagens atuam na construção do imaginário social. São atuantes na condução de modos de interpretação dos sujeitos e dos modos de organização de vida. Podem contribuir para a (des)construção da invisibilidade de segmentos populacionais, reconhecimento das identidades e especificidades culturais. Arrazoando a capacidade da representação do homem do campo na cultura visual, procedeu-se uma revisão de literatura e imagética sobre as representações visuais nas artes e na publicidade, através de uma pesquisa qualitativa e descritiva. Assim, desde a representação do “Caipira picando fumo” no quadro de Almeida Júnior, em 1893, que foi responsável por introduzir o homem do campo na pintura; passando pela personagem Jeca Tatu (1914) de Monteiro Lobato (1882-1948), eternizado no filme (1959) de mesmo nome, pelo ator Amácio Mazzaropi (1912-1981); até a recente campanha publicitária “Agro é tech, agro é pop, agro é tudo”, vinculada a partir de junho de 2016, na Rede Globo de televisão; há uma idolatria do homem do campo. O ídolo – aquele ou aquilo que detém a veneração – é tanto desprezado quanto adorado, desvalido por ser insignificante e temido por ser uma força desconhecida, age na construção do estereótipo. Desta maneira, unindo tanto sujeito quanto objeto em um complexo de desejo e ódio. Portanto o poder destas imagens na cultura visual gera uma força ambivalente e ambígua. As imagens conferem espessura de sentido às realidades, configurando, a partir de práticas visuais, um conjunto de condutas sociais e referências de valores que, nas/pelas imagens, permitem deslocamentos das práticas sociais. Existe, por isso, um vínculo entre organização social e cultura visual que a história das imagens têm explorado na construção dos sujeitos do campo brasileiro.

Publicado
03-09-2019
Seção
Campus Laranjeiras do Sul - Projetos de Pesquisa