RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Resumo

O programa de extensão Relações étnico-raciais na Educação Básica desenvolveu um trabalho metodológico com textos de autores africanos de língua portuguesa, afro-brasileiros e indígenas, utilizando como metodologia a pesquisa-ação, proposta por Tripp (2005). Fizemos um levantamento de obras para serem lidas em sala de aula com alunos do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, de acordo com temas adequados para cada faixa etária e série, assim como trabalhamos na formação de professores para realizarem com seus alunos na região de abrangência do Campus Cerro Largo da Universidade Federal da Fronteira Sul. A lei 11.645/2008, que alterou a lei 10.639/2003, prevê a implementação do estudo das contribuições das culturas africanas e indígenas, ao lado da europeia, nos níveis Fundamental e Médio de ensino. Dessa forma, o presente programa de extensão Relações étnico-raciais na Educação Básica discutiu práticas de uso de textos literários de autores africanos, afro-brasileiros e indígenas nas aulas de Língua Portuguesa e Literatura. O principal objetivo foi o fomento à leitura e discussão não só das contribuições para a cultura brasileira, mas também como uma maneira de apresentar diferentes mundivivências de escritores por meio de textos literários de circulação restrita. Como se tem debatido nos Estudos Literários, desde os anos 60 do século XX, o alargamento do Cânone literário, majoritariamente branco e masculino, a partir da inclusão de autores de outras etnias, tidas como minoritárias, assim como a escrita de autoria feminina. Portanto, conhecer escritores africanos, afro-brasileiros e indígenas é garantir aos estudantes uma ampla visão da literatura por meio de textos que promovam, de fato, a diversidade cultural ao apresentarem diversas perspectivas do Brasil e dos distintos grupos que fazem e fizeram a nação, além da europeia. 

Palavras-chave: Literaturas Africanas de Língua Portuguesa. Literatura Afro-brasi-leira. Literatura Indígena. Lei 11.645/2008.