SEMANA DE VIVÊNCIA EM UM CENTRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE CHAPECÓ-SC

relato de experiência

  • Tamíres Hillesheim Mittelmann Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Miriam Vitória Rodrigues dos Santos UFFS
  • Lara Ribeiro Cruz UFFS
  • Alex Silva Soares UFFS
  • Mateus Barros Marra UFFS
  • Jaime Alves Corrêa Junior UFFS
  • Graciela Soares Fonsêca UFFS

Resumo

O componente de Saúde Coletiva no ensino médico intenciona romper com o paradigma tradicional da medicina, o qual é centrado no modelo biomédico. Dessa forma, a vivência de saúde coletiva é uma oportunidade de o aluno conseguir conciliar na prática tudo o que foi visto na teoria. Partindo desse pressuposto, durante a semana de prática do componente de Saúde Coletiva VI, o grupo foi capaz de realizar imersões na rotina de um Centro de Saúde da Família (CSF) e intervenções na comunidade, objeto de relato desse trabalho. Os objetivos das atividades realizadas foram mostrar aos alunos medidas que apresentem a rotina e o contexto das aprendizagens de saúde coletiva na formação médica, além de expor o trabalho de outras profissões, como o papel do dentista, da enfermeira, das agentes comunitárias de saúde (ACS) e como todas elas se correlacionam para propiciar ao usuário um melhor atendimento. Além disso, questões relacionadas às doenças crônicas não transmissíveis, assim como a saúde do idoso e Programa Saúde na Escola (PSE) também foram focos nessa semana de imersão na Atenção Primária. No total, foram cinco dias de atividades práticas com um grupo de seis alunos e uma docente-orientadora. A primeira atividade proposta foi uma visita domiciliar a idosos. Para tanto, os acadêmicos foram divididos em duplas. Cada dupla visitou uma família. Durante a visita, foi feita anamnese e avaliação das condições de saúde do idoso. Em um segundo momento, foi realizada intervenção com base nas fragilidades encontradas. Em outro dia, foi desenvolvida uma atividade relacionada ao PSE. Nesse contexto, foi aplicada a escala de Snellen em 68 crianças do 1º e 2º ano de uma escola de ensino fundamental do território. Esse teste de acuidade visual é muito importante como triagem para problemas oculares, sendo, muitas vezes, a única oportunidade de determinadas crianças realizarem algum teste visual. Os escolares que se situam acima do ponto de corte são encaminhados para consulta médica no CSF e, se necessário, para consulta com oftalmologista. Além disso, o grupo teve a oportunidade de acompanhar a reunião da equipe de saúde, na qual foram repassados informes da Secretaria de Saúde e também informações gerais. Para os estudantes, foi um momento relevante, visto que foi possível compreender um pouco do funcionamento da estratégia de saúde da família no CSF e comparar com o que é esperado de uma reunião de equipe no âmbito da Clínica Ampliada. No último dia de vivência, o grupo pôde acompanhar dois médicos que realizam atendimento no serviço. A percepção foi de que existe uma grande demanda, o que diminui a qualidade dos atendimentos, interferindo nos princípios de uma atenção humanizada e que, de forma paradoxal, muitos usuários não comparecem às consultas agendadas. Portanto, as atividades de vivência trazem aprendizados únicos aos estudantes de medicina e propiciam uma aproximação entre o meio acadêmico e a comunidade local, criando um vínculo harmônico entre ciência e sociedade. Dessa forma, as experiências vividas na atenção básica revelam-se essenciais à formação de um médico generalista com visão holística e humanista.

 

Publicado
25-09-2019
Seção
Campus Chapecó - Projetos de Ensino