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COMPARTILHAMENTO DE INFORMAÇÕES SOBRE DOENÇA RENAL EM GRUPOS NO FACEBOOK

  • Eduarda Vaz Oliveira UFFS
  • João Vitor Antunes Lins dos Santos UFFS
  • Julyane Felipette Lima
  • Tauana Zick Costenaro UFFS

Resumo

O Brasil está passando por uma fase de transição epidemiológica. As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) ganham maior visibilidade por seu potencial de morbimortalidade. Dentre as DCNT tem-se a nefropatia hipertensiva e diabetes que podem acarretar em terapia renal substitutiva (TRS), devido a perda das funções renais. Dentre as modalidades de TRS existe: o transplante renal, diálise peritoneal e a hemodiálise. A hemodiálise é a TRS na qual o indivíduo tem as
funções renais realizadas por uma máquina ligada a ele por um acesso vascular. A hemodiálise traz uma série de restrições ao seu usuário, levando-os a buscar a colaboração da Internet em grupos on-line para amenizar algumas dificuldades durante este processo. O objetivo deste estudo foi caracterizar as interações sociais de cidadãos em hemodiálise no Facebook. Trata-se do recorte de uma tese de doutorado que utilizou a Netnografia, descrita por Kozinets. A coleta de dados foi realizada entre os meses de março e julho de 2016, em dois grupos no Facebook de doentes renais que faziam tratamento de hemodiálise. Neste recorte falar-se-á sobre as informações compartilhadas nos grupos. As informações compartilhadas por estes vão desde experiências, relatos, dicas e questionamentos, feitos geralmente pelos doentes renais, até orientações de como ajudar os cuidadores a lidarem com as mudanças e informações de médicos, enfermeiros e nutricionistas. As informações mais compartilhadas diziam respeito à percepções de sinais e sintomas, aspectos cotidianos, modalidades de tratamento, informações sobre a fístula e as alternativas de acesso, informações sobre a dieta e medicamentos. Os compartilhamentos a partir da perspectiva de quem vive as restrições impostas pela hemodiálise colabora para um melhor enfrentamento da doença, conforme os relatos dos grupos. Acredita-se que os grupos aproximem e estreitem laços de pessoas que compartilham de rotinas semelhantes, fornecendo trocas de experiências e obtenção de novos conhecimentos.

Publicado
30-08-2019
Seção
Campus Chapecó - Projetos de Pesquisa