A DOMINAÇÃO MASCULINA EM A CASA DO PASTOR, DE OLINDA BEJA
Resumo
O presente trabalho, relacionado ao estudo desenvolvido pelo projeto de pesquisa “O conto africano contemporâneo de língua portuguesa de autoria feminina” (PROBIC/FAPERGS), tem por objetivo analisar a condição feminina e representação da mulher enquanto protagonista na obra de Olinda Beja percebendo de que modo a relação de gênero aparece como determinante na vida desse sujeito presente nos contos “A bruxa de vila chã” e “Maria Giesta” da obra A casa do pastor 2011 da escritora santomense Olinda Beja. A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica em fontes primárias, o livro de contos, e secundárias, estudos sobre a autora em revistas acadêmicas, anais de congressos e obras coletivas ou individuais de estudos sobre as literaturas africanas de língua portuguesa. Igualmente, buscamos informações em jornais e revistas dos países da escritora, assim como vídeos com entrevistas que estavam disponíveis on-line. Para as análises dos contos, buscamos artigos científicos com dados sobre a situação das mulheres no país e, ainda, obras de escritoras e teóricas feministas como Angela Davis (2017), Marcia Tiburi (2018) e Chimamanda Ngozi Adichie (2014), que fundamentam as análises sobre essa condição da mulher na sociedade. Em nossa análise, fazemos referência às mulheres que vivem sob a dominação masculina ou que intimamente, sem mesmo perceber, estão à mercê de uma sociedade patriarcal. No conto, “A bruxa de vila Chã” a dominação está mais visível, já que a decisão sobre o destino da protagonista está nas mãos do pai. Em “Maria Giesta” também temos uma protagonista mulher, que modifica seu destino devido a um grande amor, mas isso custará a vida da personagem. Nesse sentido, a partir das análises é possível pensar na liberdade da mulher e do povo, ao nos referirmos à escrita de Olinda Beja como forma de reconhecimento, abrindo espaço para diálogo dentro e fora do âmbito acadêmico, tendo em vista que o sujeito feminino se encontra em constante descoberta de emancipação, de força e, acima de tudo, de responsabilidade por futuras gerações.
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