Gênero, masculinidade(s) e construção identitária
um estudo com jovens rapazes na cidade de Erechim/RS
Resumo
A escola e a juventude representam uma etapa formativa importante na vida humana. Nesse período, nem sempre, os jovens tem espaços propícios para falar sobre seus sentimentos e percepções sobre questões como gênero, sexualidade e outros assuntos correlatos. Essa pesquisa tem como objetivo analisar as concepções de gênero de jovens rapazes erexinenses, especialmente o que eles compreendem por “ser homem” e masculinidade. Assim, buscando compreender de que forma se relacionam com outros processos psicossociais destacados por eles em seus discursos. Para tal, foi realizada uma revisão bibliográfica sobre o tema e um grupo focal em uma escola da Rede Pública de ensino da cidade de Erechim/RS. Os dados coletados foram analisados a partir do método de análise de conteúdo de Laurence Bardin e interpretados sobre a perspectiva das teorias de Raewyn Connell, Kathryn Woodward, Stuart Hall, Tomaz Tadeu da Silva e Miriam Grossi. Concluímos que os entrevistados não tem uma percepção unívoca e estática do ser homem e da masculinidade, compartilhando diversos símbolos e significados. As identidades foram retratadas como indeterminadas, não terminadas e, por vezes, contraditórias. Além disso, o cotidiano, especialmente as vivências nas instituições – destaca-se a família -, mostrou-se importante no processo de construção e afirmação das masculinidades. O elemento “feminino” representado pela figura de mulheres como a mãe ou apenas uma mulher supostamente “universal” foi marcadamente majoritária na fala dos entrevistados. De modo que todas as definições sobre o “ser homem” (ponto de referência) envolviam o seus diferentes, especialmente a figura da mulher. Desse modo, percebemos que a masculinidade é construída nas e pelas relações sociais do cotidiano. Nesse processo busca-se alcançar um ideal de homem que pode variar histórica e socialmente.
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