Gênero, masculinidade(s) e construção identitária

um estudo com jovens rapazes na cidade de Erechim/RS

  • Bruna Luísa Szast Universidade Federal da Fronteira Sul - campus Erechim.
  • Ivone Maria Mendes Silva

Resumo

 

A escola e a juventude representam uma etapa formativa importante na vida humana. Nesse período, nem sempre, os jovens tem espaços propícios para falar sobre seus sentimentos e percepções sobre questões como gênero, sexualidade e outros assuntos correlatos. Essa pesquisa tem como objetivo analisar as concepções de gênero de jovens rapazes erexinenses, especialmente o que eles compreendem por “ser homem” e masculinidade. Assim, buscando compreender de que forma se relacionam com outros processos psicossociais destacados por eles em seus discursos. Para tal, foi realizada uma revisão bibliográfica sobre o tema e um grupo focal em uma escola da Rede Pública de ensino da cidade de Erechim/RS. Os dados coletados foram analisados a partir do método de análise de conteúdo de Laurence Bardin e interpretados sobre a perspectiva das teorias de Raewyn Connell, Kathryn Woodward, Stuart Hall, Tomaz Tadeu da Silva e Miriam Grossi. Concluímos que os entrevistados não tem uma percepção unívoca e estática do ser homem e da masculinidade, compartilhando diversos símbolos e significados. As identidades foram retratadas como indeterminadas, não terminadas e, por vezes, contraditórias. Além disso, o cotidiano, especialmente as vivências nas instituições – destaca-se a família -, mostrou-se importante no processo de construção e afirmação das masculinidades. O elemento “feminino” representado pela figura de mulheres como a mãe ou apenas uma mulher supostamente “universal” foi marcadamente majoritária na fala dos entrevistados. De modo que todas as definições sobre o “ser homem” (ponto de referência) envolviam o seus diferentes, especialmente a figura da mulher. Desse modo, percebemos que a masculinidade é construída nas e pelas relações sociais do cotidiano. Nesse processo busca-se alcançar um ideal de homem que pode variar histórica e socialmente.

Biografia do Autor

Bruna Luísa Szast, Universidade Federal da Fronteira Sul - campus Erechim.

GUSMÃO, N. M. M. Antropologia e educação: Origens de um diálogo. Cadernos CEDES. Cmpinas, v. 18, n. 43, Dez. 1997.

INGOLD, T. Trazendo as coisas de volta à vida: emaranhados criativos num mundo de materiais. Horizontes Antropológicos. v. 18, n. 37, 2012. p. 25-44.

LAPLANTINE, F. Aprender Antropologia. São Paulo: Brasiliense, 1988.

Publicado
02-09-2019
Seção
Campus Erechim - Projetos de Pesquisa