PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

Resumo

Atualmente, ao analisarmos os processos de Ensino de Ciências e Biologia, percebemos que, muitas vezes, as formas como o conteúdo e os conceitos são ensinados em sala de aula não favorecem o aprendizado do aluno com deficiência visual (DV). No presente trabalho, buscou-se por práticas pedagógicas (PP) para o Ensino de Genética para alunos com DV, publicadas em 12 (doze) edições da Revista Genética na Escola, disponíveis online, de março de 2006 ao primeiro semestre de 2017. Foram encontradas e analisadas três práticas pedagógicas que abordam o Ensino de Genética para alunos DV, que abordavam as temáticas da primeira Lei de Mendel, herança genética e transcrição e tradução do DNA. Além da análise destas PP, buscou-se analisar mais dez roteiros possíveis de adaptação que também foram publicados na Revista Genética na Escola, a fim de obter e demonstrar a possibilidade de criarmos adaptações em PP já publicadas, para posteriormente utilizarmos com alunos com deficiência, desta forma, auxiliar na compreensão dos conteúdos de genética para alunos DV, nos diferentes níveis de ensino. Portanto, este trabalho apresenta 13 (treze) PP focadas e adaptadas para o ensino e a aprendizagem sobre conteúdos de genética para alunos com DV. Entre as adaptações sugeridas, podemos citar um jogo de memória nomeado “Genética: revisando e fixando conceitos”, onde podemos adaptar esse mesmo jogo com a confecção de um tabuleiro, onde em cada casa (célula) seria nomeada (A1, C4, G5, etc.) de maneira a facilitar a orientação dos alunos com DV no jogo. Outra situação, é da prática pedagógica “estudando o DNA em origami” onde trabalho a estrutura do DNA com origami, está mesma PP poderia ser adaptada com a confecção do mesmo com materiais mais resistentes, onde o aluno pode manusear o mesmo, auxiliando na compreensão da estrutura da dupla hélice do DNA. Outra PP é a “Divisão celular: representação com massa de modelar”, uma atividade que auxilia na compreensão dos alunos sobre as divisões celulares, para a adaptação podemos utilizar massas de biscuit, após seco, os alunos podem manusear os modelos livremente sem receios de estragar ou desmontar os moldes. Já a PP nomeada “O heredograma nas séries iniciais do ensino fundamental” auxilia na compreensão do funcionamento de heredogramas, esta pode ser adaptada com a utilização de peças (objetos) com diferentes formas e texturas que demonstram os símbolos utilizados para a representação dos indivíduos, como triângulos, quadrados, liso e áspero. A busca por metodologias diferenciadas e adaptadas auxilia e fortalece, em muitos casos, a permanência desses alunos dentro das salas de aula, buscando assim o aprender e a compreensão dos mesmos sobre as temáticas, não restringindo a aplicação apenas ao Ensino de Genética, mas sim, a todas as áreas do ensino.