BIÓPSIA EXCISIONAL NO DIAGNÓTICO E TRATAMENTO DE PACIENTE COM MÚLTIPLOS AUMENTOS DE VOLUME

Relato de Caso

  • Vinícius Cardoso Oliveira UFFS
  • Naiara Alecsandra Haupt Dresch
  • Silmara Mazon
  • Evandro de Oliveira Rodrigues
  • Najla Ibrahim Isa Abdel Hadji
  • Suzyély Dyba
  • Izabelle Moutinho
  • Victor Mendes Oliveira
  • Adriellen de Lima Silva
  • Fabíola Dalmolin

Resumo

A abordagem de pacientes com neoplasma deve ser guiada pelo resultado da punção aspirativa com agulha fina (PAAF) ou biópsia excisional, a qual é considerada o padrão-ouro para diagnóstico de lesões neoplásicas, uma vez que possui maior precisão de diagnóstico e garante a obtenção adequada de tecido para a avaliação histopatológica, além de tratar-se de método terapêutico eficiente. Uma fêmea canina, 15 anos, 7,6 Kg, raça Dachshund, não esterilizada foi trazida para atendimento após o tutor observar dor abdominal e aumento de volume das mamas há cerca de três meses. Ao exame físico foram identificados nove nódulos mamários distribuídos entre as mamas de ambas as cadeias, sem ulceração, de consistência firme, não aderidos e de tamanhos variados, sendo que o maior apresentava 3,1x2,5x0,8cm. Ao exame de ultrassonografia verificou-se hiperplasia endometrial cística, hepato e esplenomegalia, além de nódulos hepáticos e esplênicos. O animal foi encaminhado para celiotomia pré-umbilical mediana ventral, pela qual realizou-se esplenectomia total, ovário-histerectomia (OVH) pelo método das três pinças modificada e punção aspirativa com agulha fina dos nódulos hepáticos. Após síntese muscular foi realizada mastectomia regional (M1, M2 e M3 esquerdas), enviadas para exame histopatológico juntamente com o útero e o baço. Assim, verificou-se que as lesões hepáticas tratavam-se de tumefação, degeneração vacuolar leve e hiperplasia nodular; e que as lesões esplênicas eram correspondentes a hiperplasia nodular. Confirmou-se tratar de hiperplasia endometrial cística e diagnosticou-se adenocarcinoma papilífero e cistos foliculares nos ovários. Com relação às mamas verificou-se que se tratava de carcinoma tubulopapilar grau I e carcinoma tubular complexo grau I. A paciente foi reavaliada clinicamente após 14 dias, quando não foram observadas alterações, sendo realizada a retirada de pontos. O tutor reportou melhora na condição do paciente, não sendo mais observada dor a palpação abdominal. A coleta de amostras, seja por citologia ou biópsia, auxilia no estabelecimento do prognóstico, na identificação de metástases e no monitoramento da evolução das lesões. No que se diz respeito à biópsia excisional, esta permite o diagnóstico definitivo e a graduação de lesões, permitindo diagnóstico, o que justifica a realização da esplenectomia. Sabe-se que a biopsias abdominais pode ser realizada por videocirurgia, que apresenta vantagens em relação a procedimentos convencionais, como menor lesão tecidual e dor pós-operatória, além de resultados cosméticos satisfatórios. Entretanto, na indisponibilidade deste método realizou-se a abordagem convencional e optou-se pela excisão esplênica total, considerando-se a segurança diagnóstica oferecida pelo método. Devido ao tempo cirúrgico avançado e a idade da paciente, optou-se por realizar mastectomia regional, e orientou-se o tutor a monitorar o paciente, assim como trazê-lo para nova avaliação após 60 dias. A biópsia excisional permite diagnóstico e/ou tratamento de diferentes alterações, sejam elas neoplásicas ou não, e no caso relatado promoveu recuperação sem complicações, melhora do quadro clínico da paciente, assim como da qualidade de vida. 

Publicado
19-09-2019
Seção
Campus Realeza - Projetos de Extensão e Cultura