ENSAIO SOBRE OS CORPOS

AS RELAÇÕES SUBTERRITORIAL-ESCOLAR COM O FEMININO

  • Maycon Mirachi Gabriel UFFS
  • Nayara Almeida Lima

Resumo

Durante o primeiro semestre do ano 2019, por intermédio do grupo PIBID - Geografia do qual fora fomentado pelo órgão de pesquisa CAPES, deu-se a possibilidade da feitura de uma intervenção geográfico-pedagógica em algumas das escolas, públicas, estaduais, do município de Erechim. Partindo dos conceitos basilares da geografia, como o de espaço e território; iniciamos e abordamos nessa intervenção, de forma lúdica, as questões relacionadas com as desigualdades existentes entre os gêneros nos ambientes escolares. Durante a feitura do mesmo, foram suscitadas algumas reflexões e inquietações existentes nesse ambiente devoto a inclusão, pois embora o ambiente escolar seja um local destinado majoritariamente a inclusão, socialização e aprendizagem, o mesmo não se encontra blindado para com as influências exteriores, tais como os problemas e problemáticas estruturais existentes na sociedade atual. Pois essa territorialidade entendida como um subterritório geográfico destinado a produção e reprodução de aprendizagens também se transveste e caracteriza como um subespaço produtor e reprodutor de desigualdades e preconceitos. Quando imaginamos as relações conflitantes entre os corpos e o meio no qual eles estão inseridos dificilmente imaginamos esses embates em um espaço escolar. E, que, perceptivelmente essas conflitualidades estão atreladas ao jogo de poder territorial em que os corpos deixam de se encontram passivelmente presentes para tornarem-se atuantes, questionantes e políticos. Sobressaindo-se esse jogo de poder para com os corpos femininos ou que possuam traços do feminino, sobretudo em locais de ensino. Corpos esses que historicamente encontraram-se e ainda encontram-se inferiorizados por sistemas sociais que os inferiorizam e os cobram, mesmo em ambientes escolares, posturas quase-que subserviente. Embora que atualmente consolidado, os conceitos geográficos, possuem uma vasta interpretação social/humana, interpretação essas que os tornam passíveis de entendimentos mais refinados, como interpretar o território/territorialidade como um significante de poder, pois para que haja território deve-se haver uma relação com o poder e suas obscenas quantidades de significados e significantes. Quando entendemos e tratamos o (sub)território escolar enquanto um subterritório geográfico produtor e reprodutor de desigualdades sociais, sobretudo as de gênero, também o podemos considerar como um forte aliado para a promoção de melhorias de um futuro mais igualitário para esses corpos que transitam por esse espaço.

Publicado
09-09-2019
Seção
Campus Erechim - Projetos de Ensino