ONCOLOGIA PEDIÁTRICA

RELATO DE EXPERIÊNCIA DA ATIVIDADE TEÓRICO PRÁTICA

Resumo

A Atividade Teórico-Prática (ATP) é uma metodologia de ensino que tem a
finalidade de relacionar a teoria com a prática. É um espaço de produção de
conhecimento, de pesquisa, análise de dados e conexão com os fundamentos
teóricos. A ATP proporciona aos acadêmicos uma oportunidade de vivenciar
nuances da sua futura profissão, anteriormente, à sua formação. Além de ajudá-lo a
obter autopercepção quanto ao seu arcabouço de conhecimentos bem como
compreender as lacunas que, ainda, precisam ser sustentadas. Assim, este trabalho
objetiva-se a relatar a vivência das ATPs na oncologia pediátrica. Relato de
experiência a partir da vivência no componente curricular: Cuidados de Enfermagem
no Processo de Viver Humano II, na sétima fase do Curso de Graduação em
Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), surgiu a
oportunidade de inserção, por meio da ATP, a realização de atividades na oncologia
pediátrica de um hospital infantil da região Oeste Catarinense. O período de ATP na
ala oncológica foi de três dias, dos sete distribuídos entre unidade clínica e pronto
socorro pediátricos. Ao chegar na unidade hospitalar, os acadêmicos eram
apresentados a equipe e ambientados quanto a estrutura física, posteriormente,
conheciam os pacientes que prestariam os cuidados nos próximos dias,
individualmente. A assistência prestada à criança é mais dificultosa em relação a
comunicação, pois não há um certo entendimento e noção dos acontecimentos, o
que acaba dificultando à prestação de cuidados. Portanto, o primeiro contato com as
crianças foi utilizado para criação de vínculo, foi a oportunidade de conhecer um
pouco sobre a vida delas e de suas famílias, suas atividades diárias, seus gostos,
crenças e rotinas. A partir desse contato conseguiu-se verificar algumas
particularidades a serem trabalhadas, estabelecendo-se um plano de cuidados por
meio do Processo de Enfermagem (PE) aliado a prática baseada em evidência.
Muitas das atividades elencadas no PE estavam relacionadas com o fator
psicológico, tanto da criança quanto dos familiares que estavam a acompanhando.
Isso acontece devido a diversos fatores relacionados à doença, tanto a descoberta
do diagnóstico, quanto o tratamento, a saída da rotina, o medo, a incerteza. Levando
em consideração o fato de muitas crianças estarem com baixa imunidade no
organismo em decorrência da doença oncológica, o que pode desencadear uma
infecção, não podiam sair dos quartos, portanto, ficavam restritas aos locais de
convívio social do hospital. Por esse motivo as atividades desenvolvidas foram beira
leito com o paciente, algumas delas foram: contação de histórias, pintura de
desenhos e leitura. Ao final do período de ATP conseguiu-se perceber o quão
diferente é o cuidado prestado às crianças oncológicas e o quão o vínculo é um fator
fundamental para esse processo. Destaca-se que a oportunidade de aproximar os
conteúdos ministrados em sala de aula no campo prático proporcionou ao
acadêmico uma experiência única, visto que é uma área mais delicada de se
trabalhar pois é quase impossível não envolver-se e sensibilizar-se com as crianças
e familiares, quando na maioria das vezes a internação é longa e o ambiente
hospitalar acaba sendo transformado em lar.