DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO
UMA REALIDADE NA PRÁTICA CLÍNICA
Resumo
A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é definida como a passagem do conteúdo gastroduodenal para o esôfago, ocasionando sintomas. Trata-se de uma condição comum na prática médica, visto que 20% dos adultos apresentam sintomas semanalmente e 40% mensalmente. Por meio de uma revisão bibliográfica, constatou-se que o mecanismo facilitador para a DRGE mais relevante é o relaxamento transitório do esfíncter esofágico inferior (EEI), não associado a uma onda peristáltica, mas também pode decorrer da hipotonia do EEI, da quebra da barreira antirrefluxo, entre outros. A base diagnóstica é clínica; portanto, deve-se traçar uma história minuciosa para identificar os sintomas típicos, bem como, sua intensidade, sua duração, seus fatores desencadeantes e de alívio e seu padrão de evolução. Os sintomas mais comuns são a pirose, referida pelo paciente como azia, e a regurgitação de conteúdo ácido. Podem haver manifestações extraesofágicas, como tosse, rouquidão, erosão dentária. A endoscopia digestiva alta (EDA) é o exame de escolha para aqueles pacientes que apresentem sintomas de alarme – perda de peso, sangramento, disfagia, odinofagia – e para aqueles refratários ao tratamento clínico; além de qualificar e classificar, quando presentes, o grau de esofagite (estratificado, na maioria das vezes, pela classificação de Los Angeles) e identificar complicações dessa doença. Outros exames são a pHmetria de 24 horas, a manometria, a impedanciometria, entre outros. A abordagem terapêutica inclui duas modalidades: tratamento clínico e tratamento cirúrgico. A escolha depende das características do paciente (idade, aderência ao tratamento, presença de comorbidades, presença de sintomas atípicos). O tratamento clínico visa ao alívio dos sintomas, à cicatrização de lesões, a prevenção de recidiva e complicações; consiste em medidas farmacológicas – inibidores da bomba de prótons (drogas de primeira escolha), por 4 a 8 semanas – e comportamentais – elevação da cabeceira da cama, perda de peso, cessação do tabagismo, evitar deitar-se nas duas horas após as refeições. Já o tratamento cirúrgico está indicado aos pacientes refratários ao tratamento conservador, que não tolerem ou são incapazes de manter o tratamento clínico, presença de sintomas atípicos. Consiste na confecção de uma válvula antirrefluxo gastroesofágico realizada com fundoplicatura gástrica, que pode ser total, parcial e mista. Conclui-se que a DRGE é uma condição frequente na pratica médica, dada a sua alta prevalência e que se deve estar atento aos sintomas relatados pelos pacientes.
Copyright (c) 2019 Bárbara Azeredo Coutinho, Suélen Zanoni Bertuzzi, Gabriel Rigon Martinazzo, Jean Carlo Utteich, Camila Brum Scalcon, Mônica Linhares Sachett, Juliana Grasiele dos Santos, Ana Letícia Hartmann Gorgen, Laise Finatto Carvalho, Natália Bender Fuhr, Julio Cesar Stobbe
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