DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO

UMA REALIDADE NA PRÁTICA CLÍNICA

  • Bárbara Azeredo Coutinho UFFS
  • Suélen Zanoni Bertuzzi
  • Gabriel Rigon Martinazzo
  • Jean Carlo Utteich
  • Camila Brum Scalcon
  • Mônica Linhares Sachett
  • Juliana Grasiele dos Santos
  • Ana Letícia Hartmann Gorgen
  • Laise Finatto Carvalho
  • Natália Bender Fuhr
  • Julio Cesar Stobbe

Resumo

A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é definida como a passagem do conteúdo gastroduodenal para o esôfago, ocasionando sintomas. Trata-se de uma condição comum na prática médica, visto que 20% dos adultos apresentam sintomas semanalmente e 40% mensalmente. Por meio de uma revisão bibliográfica, constatou-se que o mecanismo facilitador para a DRGE mais relevante é o relaxamento transitório do esfíncter esofágico inferior (EEI), não associado a uma onda peristáltica, mas também pode decorrer da hipotonia do EEI, da quebra da barreira antirrefluxo, entre outros. A base diagnóstica é clínica; portanto, deve-se traçar uma história minuciosa para identificar os sintomas típicos, bem como, sua intensidade, sua duração, seus fatores desencadeantes e de alívio e seu padrão de evolução. Os sintomas mais comuns são a pirose, referida pelo paciente como azia, e a regurgitação de conteúdo ácido. Podem haver manifestações extraesofágicas, como tosse, rouquidão, erosão dentária. A endoscopia digestiva alta (EDA) é o exame de escolha para aqueles pacientes que apresentem sintomas de alarme – perda de peso, sangramento, disfagia, odinofagia – e para aqueles refratários ao tratamento clínico; além de qualificar e classificar, quando presentes, o grau de esofagite (estratificado, na maioria das vezes, pela classificação de Los Angeles) e identificar complicações dessa doença. Outros exames são a pHmetria de 24 horas, a manometria, a impedanciometria, entre outros. A abordagem terapêutica inclui duas modalidades: tratamento clínico e tratamento cirúrgico. A escolha depende das características do paciente (idade, aderência ao tratamento, presença de comorbidades, presença de sintomas atípicos). O tratamento clínico visa ao alívio dos sintomas, à cicatrização de lesões, a prevenção de recidiva e complicações; consiste em medidas farmacológicas – inibidores da bomba de prótons (drogas de primeira escolha), por 4 a 8 semanas – e comportamentais – elevação da cabeceira da cama, perda de peso, cessação do tabagismo, evitar deitar-se nas duas horas após as refeições. Já o tratamento cirúrgico está indicado aos pacientes refratários ao tratamento conservador, que não tolerem ou são incapazes de manter o tratamento clínico, presença de sintomas atípicos. Consiste na confecção de uma válvula antirrefluxo gastroesofágico realizada com fundoplicatura gástrica, que pode ser total, parcial e mista. Conclui-se que a DRGE é uma condição frequente na pratica médica, dada a sua alta prevalência e que se deve estar atento aos sintomas relatados pelos pacientes.

Publicado
26-08-2019
Seção
Campus Passo Fundo - Projetos de Ensino