EDUCAÇÃO EM SAÚDE EM LIVROS DIDÁTICOS:

UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 1994 - 2018

Resumo

Esta produção visa divulgar os resultados obtidos na pesquisa realizada no período de 1994 a 2018 acerca das produções bibliográficas sobre o tema Educação em Saúde em Livros Didáticos (LDs) com recorte para o Ensino de Ciências e Biologia. Este tema assume relevância pelo fato de que a saúde deve ser discutida em sala de aula e com abordagens interdisciplinares.  A abordagem biomédica de saúde como ausência da doença e dor, está fortemente ancorada aos currículos escolares, pesquisas já realizadas evidenciam a presença do modelo mecanicista de saúde presentes os livros didáticos e nos discursos docentes. Buscar atitudes de promoção da saúde consiste em entender outras abordagens de saúde também discutidas nas literaturas, neste viés, justifica-se a realização de estudos, investigando como os Livros Didáticos de Ciências e Biologia abordam estas perspectivas de saúde. Para desenvolver tal investigação, realizamos uma revisão bibliográfica a partir do levantamento das produções acadêmicas na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). A escolha pela pesquisa foi definida por permitir a coleta dos dados sobre o tema, possibilitando uma visão do que outros pesquisadores já publicaram. Analisamos um total de 137 produções entre teses e dissertações, pelos títulos, palavras-chave e resumos. Evidenciamos que foram poucos os trabalhos que se aproximavam da nossa proposta de encontrar quais abordagens de Educação em Saúde estão sendo apresentadas pelos livros didáticos. Com base na análise destes materiais dos diferentes modos de pensar e agir em saúde, emergiram três abordagens bem definidas: a biomédica, a comportamental e a socioecológica. A primeira traz uma visão sanitarista da saúde, onde a saúde configura-se como ausência da doença, a segunda entende a saúde na perspectiva mais abrangente considerando mudanças de comportamentos e estilos de vidas, já a terceira considera as dimensões históricas, sociais, culturais, ambientais, havendo relações entre o modelo biopsicossocial, assim como pensar no coletivo e não mais em ações individuais do sujeito. A educação em saúde ainda não conseguiu avançar para uma abordagem mais reflexiva e voltada aos problemas mais amplos da sociedade, permanecendo ainda a vertente comportamentalista. Com esse estudo, percebemos que os livros didáticos ainda muito utilizados em sala de aula contribuem de forma muito frágil para a divulgação da Educação em Saúde no contexto escolar.