HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PARTO

UM RELATO DE CASO

Resumo

: Gradualmente, o partejar passou por inúmeras mudanças, alcançando o patamar que vivenciamos hoje: o parto hospitalar, medicalizado e muitas vezes cirúrgico. Estes processos fizeram com que a mulher perdesse seu papel de protagonista do parto. Além de receber pouquíssimas informações sobre as intervenções a que está sendo submetida, permanece sozinha por longos períodos e tem sua privacidade constantemente invadida. Diante deste cenário, a Organização Mundial da Saúde (OMS), bem como o Ministério da Saúde, estão propondo mudanças no cuidado prestado a gestantes, resgatando o parto natural como um processo fisiológico. A humanização da assistência propõe uma nova visão sobre o nascer, compreendendo-o como um processo verdadeiramente humano, onde o acolher, o ouvir, o orientar e criar vínculos tornam-se aspectos essenciais no decorrer deste processo. Este resumo trata-se de um relato de caso, vivenciado durante a realização das atividades teóricas práticas do curso de graduação em enfermagem em um hospital de médio porte do oeste catarinense, e relata a experiência do humanizar da assistência de enfermagem no trabalho de parto (TP). Gestante, 16 anos, primigesta, idade gestacional de 41 semanas e em TP há aproximadamente 13 horas. Encontrava-se aflita e com medo. Acompanhada da mãe, que apresentava estresse emocional, pois não sabia como explicar para a filha acalmar-se e “aceitar” as contrações. Estavam há horas sozinhas no centro obstétrico. A gestante era monitorada pela equipe conforme protocolo institucional, porém sem assistência humanizada e sem orientação sobre como agir durante o TP. A abordagem a gestante ocorreu de forma sucinta, lhe explicando sobre a importância do respirar calmo e profundo, o estímulo do caminhar, as massagens na região lombar com óleo e o uso da bola suíça.  A mesma mostrou-se resistente, após estímulo e diálogo, aceitou usar a bola. Quando acomodada na bola, realizou-se massagem lombar e som escolhido pela gesta em seu smartphone. Após poucas horas a paciente encontrava-se calma, relaxada, as contrações aumentam e ficam rítmicas, três em dez minutos, a dilatação progride até o momento expulsivo, onde a bolsa é rompida e há a saída da criança do corpo materno. Um momento único, tanto para a gestante, quanto para nós, acadêmicas. O caso relatado é um exemplo do que deveria ser seguido durante o atendimento de mulheres em trabalho de parto. A humanização durante o parto é uma das ações que integram a Política Nacional de Humanização, criada pela OMS, cujo princípio é atender os pacientes do Sistema Único de Saúde de forma humanizada, reduzindo as taxas de cesáreas e mortalidade materna, garantindo assim, maior participação da mulher sobre as decisões referentes a sua saúde, assegurando o máximo bem-estar da mulher e do bebê. A partir disso, observa-se que a enfermagem é a categoria de profissionais que está apta a prestar um cuidado holístico durante o TP, bem como, orientar e envolver a parturiente e seus familiares no processo de parturição. É através destas e outras iniciativas de acadêmicos que a humanização da assistência de enfermagem passa da teoria para a prática dentro dos serviços de saúde.

Palavras-chave: Parto Humanizado. Partejar. Centro Obstétrico.

 

Publicado
26-09-2019
Seção
Campus Chapecó - Projetos de Ensino