ASPECTOS DA SITUAÇÃO SOCIOECONÔMICA DOS ESTUDANTES DO CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL, CAMPUS CHAPECÓ

  • Daciele Paola Preci UFFS
  • André Felipe Costela
  • Andressa Janaína Mendes Messias
  • Christie Klussner
  • Julia Canci
  • Paulo Roberto Barbato
  • Graciela Soares Fonseca

Resumo

RESUMO: Perante o desafio atual de mudanças na formação de recursos humanos em saúde, bem como a necessidade de democratização e de ampliação do acesso por meio de políticas de inclusão - como o provimento de bolsas e auxílios financeiros - e da interiorização do ensino superior, objetiva-se descrever aspectos da situação socioeconômica dos estudantes do curso de graduação em medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Chapecó. Trata-se de estudo quantitativo exploratório, transversal, cujos participantes foram 148 acadêmicos de medicina (n=148) da UFFS. Os dados foram coletados por meio de questionário elaborado pela equipe de pesquisa e aplicados durante aulas no segundo semestre de 2018. Os resultados foram processados pelo programa Stata, versão 11, e analisados por meio de estatística descritiva. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição. Os resultados da pesquisa apontaram que 83,78% dos acadêmicos de medicina não possuem renda e têm suas despesas financiadas pela família ou por outras pessoas, ficando uma pequena parcela reservada àqueles que possuem fonte de proventos (10,81%). Apesar disso, verifica-se que apenas 18,24% recebem auxílio financeiro ou bolsa (bolsas Permanência, Cultura, Ensino, Pesquisa e Extensão). Com relação à renda, percebe-se que, apesar da dificuldade de conciliar atividade laboral remunerada com a carga horária acadêmica em demasia, o acadêmico de medicina da UFFS possui um melhor nível socioeconômico com relação aos demais cursos e campi da UFFS, porém, inferior a acadêmicos do mesmo curso de outras universidades federais, conforme apontado na literatura científica. Portanto, fica perceptível que as políticas de inclusão nos processos seletivos para o curso de medicina da UFFS corroboram com a facilidade de acesso a indivíduos de menor faixa de renda. Apesar disso, o número de bolsas/auxílios financeiros parece não suprir as necessidades financeiras de boa parte dos acadêmicos, já que existe uma parcela significativamente maior de alunos abaixo da faixa de renda limítrofe para receber os benefícios e que não possuem renda própria, do que os que realmente o recebem. Espera-se que os dados obtidos neste estudo contribuam para fortalecer políticas de inclusão e incentivo a cotas nas universidades para que o acesso à educação seja, efetivamente, democrático e contribua para a diminuição das desigualdades.

Publicado
26-09-2019
Seção
Campus Chapecó - Projetos de Pesquisa