IMERSÃO NA SAÚDE INDÍGENA DO RIO GRANDE DO SUL SOB O OLHAR DE UM INDÍGENA ACADÊMICO DE MEDICINA

Resumo

Os povos indígenas brasileiros, que resistem através de suas expressões culturais e sociais ao decorrer de vários anos, possuem alguns direitos garantidos na legislação do Brasil. Um deles é o direito à promoção de uma saúde diferenciada, que atualmente é dever do Estado, sendo desenvolvida pela Sesai, Secretaria Especial de Saúde Indígena, vinculada ao Ministério da Saúde, por meio do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena - SasiSUS. Nessa perspectiva, a Sesai atua de acordo com os parâmetros e políticas do Sistema Único de Saúde, SUS, assistindo as populações indígenas e respeitando suas particularidades, uma vez que, atualmente, há, no Brasil, cerca de 250 etnias indígenas com culturas e práticas diferentes entre si. A partir desse pressuposto, a Universidade Federal da Fronteira Sul disponibiliza semestralmente, por intermédio de ações afirmativas, uma vaga semestral em cada curso da universidade para indígenas, cuja comprovação é feita mediante apresentação de declaração atestada pela FUNAI, Fundação Nacional do Índio, ou pelo RANI, Registro Administrativo de Nascimento de Indígena. No curso de Medicina, através do componente curricular Saúde Coletiva, são feitas vivências no SUS, possibilitando a aproximação entre estudante e comunidade, desde o primeiro período da graduação. Assim, uma dessas vivências foi na Saúde Indígena em uma comunidade no interior do Rio Grande do Sul. Com base nisso, um dos autores, que é indígena, natural do interior de Pernambuco, pode observar diferenças quanto ao funcionamento e à promoção da Saúde Indígena nessa comunidade em comparação à de sua região de origem. Nesse viés, diferentes aspectos foram notados, desde à infraestrutura do ambiente, utilizado para atendimentos e afins, aos profissionais de saúde, além dos modos de vida, assim como a diversidade cultural desses povos. Dessa maneira, é importante salientar os papéis da Sesai na promoção da Saúde Indígena de qualidade nas diversas sociedades indígenas brasileiras, respeitando e preservando seus hábitos socioculturais, bem como da UFFS, em oportunizar a imersão nesse seguimento do SUS.