Projeto Atitudes que Salvam Vidas
Atuação acadêmica junto às escolas municipais de Passo Fundo
Resumo
O projeto “Atitudes que Salvam Vidas: o que fazer até a chegada do serviço especializado”, promovido pela Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Passo Fundo e realizado por acadêmicos do curso de medicina, funciona através da intervenção em escolas municipais de Passo Fundo, delegadas pela Secretaria Municipal de Educação. O principal objetivo do projeto é criar futuros cidadãos conscientes da importância de prevenir acidentes, mas que também saibam quais atitudes devem ser tomadas diante de situações que coloquem em risco à vida. Realizado durante o segundo semestre de 2018 e primeiro semestre de 2019, teve sete escolas foram contempladas e um total de 251 alunos, dos 8º e 9º anos, participando de maneira direta da abordagem, além de tantas outras pessoas que, indiretamente, foram atingidas pela promoção do conhecimento, por serem familiares ou vizinhos dos alunos em questão. Os temas abordados foram escolhidos após um detalhado levantamento epidemiológico da região, chegando-se a cinco temas principais: “Traumas”, “Cortes”, “Afogamentos”, “Queimaduras” e “Síncope/Convulsões”. As atividades começaram com a aplicação de pré-testes, compostos por 15 questões, com opção de resposta “verdadeiro” ou “falso”, para facilitar o processo. Após a correção, encontrou-se uma taxa de acertos de 80%, com maior dificuldade em “Síncope/ Convulsões” e “Trauma”, nos quais pode-se perceber um forte saber popular incrustrado nas respostas, revelando a necessidade de uma abordagem mais intensa para sanar as dúvidas dos alunos e descontruir aquilo que, anteriormente, lhes era verdadeiro e que pode agravar a situação das vítimas. Posteriormente, eram feitas as apresentações dos respectivos temas e de vídeos consonantes ao assunto em questão. O projeto é dinâmico, portanto, a qualquer momento os alunos podiam participar das atividades, por meio de curiosidades, compartilhamento de experiências pessoais ou questionamentos. Além disso, mediante simulações, os alunos aprenderam mais sobre reanimação cardiopulmonar, momento no qual voluntários participavam para demonstrar a todos a técnica correta a ser executada. Por fim, aplicou-se um pós-teste, também com 15 questões diferentes, para avaliar a efetividade do projeto no que diz respeito a seu principal objetivo. Como resultados, observou-se uma taxa de acertos de 92,4%, revelando que o projeto cumpriu seu objetivo de desconstruir conhecimentos prévios e agregar novos aos adolescentes que participaram das intervenções. Assim, percebeu-se que é possível formar adultos com uma mentalidade preventiva e capaz de reconhecer e agir diante de emergências que coloquem em risco a própria vida ou de outrem. Infelizmente, o caminho para mudar a realidade estatística no Brasil ainda é longo, mas, não impossível. Afinal, o interesse dos alunos em aprender como se deve ou não diante de emergências, traz um sentimento de esperança quanto ao futuro, bem como de motivação para continuar devolvendo o conhecimento adquirido no meio acadêmico à comunidade local. Dessa forma, a universidade reforça seu papel como promotora e disseminadora de saberes, tornando-se viável a criação de uma sociedade que promove saúde e não apenas trata as consequências e, muitas vezes, precisa aprender a conviver com as sequelas ou a dor da perda.
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